Há muitos indícios no espaço que podem contar a história do início caótico da família planetária que leva o nome de Sistema Solar. Em particular, há várias pistas que apontam para a existência de um irmão perdido: um nono planeta que não é Plutão, relata a revista Scientific American.
Atualmente, a parte externa do Sistema Solar é dominada por quatro planetas gigantes: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Mais longe se encontra o cinturão de Kuiper — o campo de escombros de gelo que também inclui Plutão.
"Não devemos cair na armadilha de olhar para o Sistema Solar e pensar que sempre foi assim", afirmou à revista o cientista David Nesvorny, do Southwest Research Institute, EUA.
Durante a pesquisa, os cientistas recriaram, com a ajuda de um simulador, os possíveis milhares de cenários de como o Sistema Solar se formou.
Um dos cenários que, segundo os cientistas, melhor corresponde à realidade aponta que, no passado, havia um planeta localizado entre as órbitas de Saturno e Urano. Este corpo celeste poderia ter sido tão massivo como Urano ou Netuno e ter sido 16 vezes maior que a Terra. Os astrônomos acreditam que este planeta foi afetado pela órbita de Júpiter e, devido à gravidade deste último, teria sido expulso do Sistema Solar.
Em 2005, os pesquisadores realizaram simulações que indicam que os planetas gigantes teriam sofrido um fenômeno chamado de "instabilidade dinâmica". Ou seja, a situação se complicou bastante há cerca de um milhão de anos.
Em resultado, Júpiter diminuiu a velocidade e ocupou a órbita mais baixa, afastando esse planeta do Sol.
Este foi uma espécie de choque gravitacional para o Sistema Solar. Enquanto Júpiter deu um salto para o interior do Sistema Solar, os outros planetas seguiram na direção oposta.
Esses movimentos poderiam ter retorcido as órbitas dos planetas gigantes e ter protegido Mercúrio, Vênus, Terra e Marte da interferência gravitacional de Júpiter e Saturno.
Atualmente, este planeta pode ser encontrado no cinturão de Kuiper. A posição dos corpos existentes no cinturão de Kuiper fez os cientistas pensarem que Netuno se formou mais perto do Sol do que a posição que tem agora.