No decurso da sessão do Clube Valdai de Discussões Internacionais nesta quinta-feira (18), o líder russo destacou, respondendo a perguntas dos participantes, que o conceito de uso de armas nucleares pela Federação da Rússia não prevê o ataque preventivo. Assim, conforme as palavras dele, tal tipo de armamento poderia ser usado só em caso de um ataque de resposta.
"O agressor deve saber que a retribuição é inevitável, que será destruído. E nós, vítimas da agressão, iremos ao paraíso como mártires, enquanto eles simplesmente vão morrer, pois nem terão tempo para se arrependerem", declarou o presidente da Rússia.
"Claro que seria uma catástrofe global, mas eu repito, nós não poderemos iniciá-la, pois não consideramos o ataque preventivo. Sim, nessa situação nós [agimos] como que ficamos esperando que alguém use armas nucleares contra nós, parecendo que nós não fazemos nada."
Ao falar sobre o ataque preventivo, o presidente russo mais uma vez ressaltou que o conceito russo não prevê isso:
"Isso significa que estamos prontos e usaremos armas nucleares só quando estivermos seguros que alguém, um agressor potencial, está lançando um ataque contra a Rússia, contra o nosso território."
"E quando já estivermos seguros, e tudo isso leva só alguns segundos, de que o ataque foi lançado contra o território da Rússia, só depois disso nós atacaremos em resposta […]", enfatizou.
"Vivemos em um mundo cuja segurança se baseia no potencial nuclear. A Rússia é uma das maiores potências nucleares."
"Em resposta à criação de sistemas de defesa antimíssil dos EUA, nós estamos aperfeiçoando nossos sistemas de ataque. Alguns deles já estão em nosso serviço, outros serão entregues em alguns meses, estou falando do sistema Avangard", detalhou.
Além disso, Vladimir Putin assegurou que as Forças Armadas da Rússia já possuem armas avançadas hipersônicas de alta precisão, enquanto outros Estados só começarão a testá-las dentro de 1,5-2 anos.
Finalmente, Putin sublinhou mais uma vez que a Rússia tem um território enorme e não precisa de mais, apenas valoriza "sua soberania e "sua independência".
"Sempre foi assim na história do nosso país, isso está no sangue do nosso povo. Sentimo-nos confiantes, calmos", concluiu.