A saída dos EUA do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário seria um erro, declarou o ex-líder soviético, que assinou o tratado em 1987 com o presidente Reagan, acrescentando que as decisões atingidas no quadro do acordo se tornaram uma grande vitória naquele tempo.
Ele sublinhou que "este assunto tem sido adiado, o processo de eliminação das armas nucleares parou", mas, em vez de continuar a apoiar o desarmamento, os políticos tomam tais decisões.
Em 20 de outubro, Donald Trump declarou a intenção dos EUA de se retirar o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, explicando-a com alegadas violações da parte russa das condições do acordo.
Segundo o porta-voz do presidente russo, Putin e Bolton discutirão, evidentemente, a questão de mísseis de curto e médio alcance, sendo necessário obter algumas explicações da parte norte-americana.
Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o professor Lev Klepatsky, da Academia Diplomática do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, avaliou a posição da parte norte-americana sobre o assunto.
"Se retirando desse acordo, os EUA ficam com as mãos desatadas. Eles estão revisando os planos de armamento das Forças Armadas. Uma vez que esse tratado impede o programa, então eles o abandonam. É uma lógica simples. Não são assuntos políticos, são assuntos de rearmamento das Forças Armadas", comentou Lev Klepatsky.
"Será necessário vermos a que ponto isso irá influir sobre a nossa segurança, mas não nos devemos envolver na corrida. É preciso encontrar respostas simétricas, mas não nos comportarmos tal como o governo soviético, sem pânico", concluiu o especialista russo.
O Tratado INF foi assinado em 1987 pelo ex-presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, e pelo então presidente norte-americano, Ronald Reagan, que concordaram em destruir todos os mísseis balísticos de lançamento do solo ou com alcance entre 500 e 5.500 km.