Rússia pode reaver presença militar nas Américas caso Trump saia do Tratado INF?

© Foto / Marinha dos EUASubmarino soviético B-59 se aproximando de Cuba durante a operação Anadyr, no ano de 1962 (foto de arquivo)
Submarino soviético B-59 se aproximando de Cuba durante a operação Anadyr, no ano de 1962 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Após anunciar a próxima saída estadunidense do Tratado INF, o presidente norte-americano Donald Trump prometeu aumentar o potencial nuclear do país. Um analista russo conversou com a Sputnik e opinou que a abordagem atual de Washington em relação aos acordos internacionais reflete todo o conceito da política externa estadunidense.

Mais cedo, em uma entrevista ao canal Fox News, Trump revelou até que ponto sua administração planeja aumentar o potencial nuclear.

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"Temos muito mais dinheiro que qualquer um. Vamos criá-las [armas] até que eles recobrem o senso. Quando recobrarem o senso, nós seremos sensatos e pararemos. Não só pararemos, como reduziremos a quantidade", sublinhou.

Foi comunicado que a mensagem do presidente era destinada à Rússia, China e "qualquer um que queira brincar a esses jogos".

Ao falar com o serviço russo da Rádio Sputnik, o analista Aleksandr Vedrussov prognosticou quais poderiam ser as medidas de resposta por parte da Rússia.

"Se estes acordos deixarem de vigorar, então passamos a não ter qualquer restrições — colocaremos tudo o que quisermos em quaisquer quantidades em Kaliningrado, 'cercaremos' os EUA: se quisermos muito, poderemos voltar para Cuba, há ainda Nicarágua, Venezuela e outros países, ou seja, daremos uma resposta simétrica às medidas que os americanos empreendem em torno de nós", manifestou.

Aliás, o especialista frisou que "não está preocupado" com as capacidades militares da Rússia, pois os efetivos russos "tem aperfeiçoado sua mestria" e testado novos tipos de armamento.

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"Temos exportação de armas, podemos produzir S-400 e os vender aos nossos aliados, ganhar dezenas de bilhões, melhorar nossas exportações de alta tecnologia e desenvolver as tecnologias de ponta dentro do país […] Que os norte-americanos aumentem seu potencial de armamento, nós vamos encontrar respostas. Caso ainda cheguemos a um acordo com a China, então ninguém nos poderá ameaçar", argumentou Verdussov.

Na opinião dele, a abordagem norte-americana dos acordos internacionais reflete todo o conceito da política estadunidense em geral.

"Os norte-americanos estão aumentando as apostas no jogo. [Ex-secretário dos EUA Henry] Kissinger escreveu que isto é próprio dos norte-americanos — aumentar as apostas até o máximo, depois descartar com facilidade alguns pontos que eles inicialmente nem planejavam cumprir. Eles pretendem ter feito concessões, nós chegamos a um acordo a meio do caminho, e todo o mundo fica contente", analisou.

Ao concluir, o analista disse que a Rússia é capaz de "ganhar certos benefícios" da política de desestabilização do governo Trump, que ele trava continuamente justificando isso com alegados "interesses norte-americanos". Neste caso, Moscou deve se assegurar de alianças no flanco asiático, precisou.

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