Segundo Sivkov, a estratégia para evitar a agressão por parte do Ocidente não é seguir os passos da União Soviética e competir com os Estados Unidos na corrida nuclear em termos quantitativos. Assim, ele propõe uma "resposta assimétrica" fundamentada em uma perspectiva tecnológica.
"A criação de 40 a 50 dessas ogivas para ICBM [mísseis balísticos intercontinentais] pesados, ou torpedos de muito longo alcance, garante o transporte até regiões dos EUA criticamente perigosas por suas condições geofísicas de ao menos algumas delas. Por exemplo, até a Caldeira de Yellowstone e as fissuras da costa do Pacífico […] Esses ataques destruiriam de maneira garantida os EUA como país e toda a elite transnacional. Isso torna novamente irracional uma guerra nuclear de grande escala e reduz as chances de sua ocorrência a zero", disse.
Para o analista, essas armas obrigarão os países ocidentais a se sentarem à mesa de negociações e a abandonarem a pressão e as medidas restritivas contra a Rússia.
Por sua vez, o analista militar Aleksei Leonkov acredita que será muito difícil calcular os ataques nucleares contra regiões geofísicas perigosas em território dos EUA de um modo que eles obtenham resultado sem atingir toda a humanidade.
"É muito difícil confirmar ou desmentir essas palavras, já que existem muitos fatores que influenciam o sucesso do cenário", comentou Leonkov à Sputnik nesta quarta-feira (24), acrescentando que não seria assim tão fácil calcular a potência nuclear exigida.
O especialista sugeriu que, para ativar as mudanças tectônicas necessárias para destruição de todo o continente, seria requerido um grande número de armas nucleares. Gastá-las com uma operação, cujo resultado é desconhecido, seria irracional do ponto de vista militar.
Leonkov concluiu que seria muito complexo calcular os ataques para que não causem cataclismos que possam afetar toda a humanidade.
O porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, declarou que Moscou gostaria de obter uma explicação mais detalhada de Washington e acrescentou que o fim das disposições do Tratado INF forçaria a Rússia a tomar medidas para garantir sua segurança. Por sua vez, Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, enfatizou que qualquer ação nessa área terá uma reação.