Imprensa dos EUA chama a saída dos EUA do Tratado INF de 'presente para Rússia'

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Presidente dos EUA, Donald Trump, e seu homólogo russo, Vladimir Putin, durante a reunião em Helsinque, Finlândia - Sputnik Brasil
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A revista norte-americana The National Interest chamou a decisão do presidente norte-americano Donald Trump de retirar o seu país do Tratado INF de "presente para a Rússia".

De acordo com a edição, uma administração mais confiante, em vez de romper o tratado, consultaria seus aliados da OTAN e "faria" a Rússia se sentar à mesa das negociações, mostrando que o Kremlin "não iria conseguir provocar o pânico na Aliança e destruir todos os tratados". 

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O autor da matéria, Tom Nichols, qualificou a ação de Trump como perigosa e afirma que esta joga a favor da Rússia. Segundo ele, no momento em que o tratado foi firmado, a URSS tinha supremacia em armas convencionais, enquanto a OTAN seguia a doutrina de "primeiro golpe", ou seja, utilização de armas nucleares em caso de uma agressão externa antes que seu inimigo decidisse atacar.

Enquanto isso, a liquidação dos mísseis de curto e médio alcance tornou impossível a escalação gradual desde a utilização de armas convencionais até ataques nucleares. Agora, após o colapso da URSS, segundo o autor do artigo, são os EUA e a OTAN que têm supremacia em armas convencionais. O rompimento do tratado prejudica os interesses de Washington.

Além disso, a edição aponta que a Rússia está interessada no rompimento do tratado e, alegadamente, vinha provocando os EUA a dar este passo, violando constantemente o mesmo. Segundo o autor, Moscou está tentando "intimidar" os aliados de Washington com o fantasma de uma guerra regional.

Enquanto isso, o autor da matéria considera como inconsistente a argumentação dos EUA, que afirmaram estar saindo do tratado para pressionar a China. Segundo ele, Washington não dispõe de mísseis aptos para uma "guerra nuclear limitada na Ásia", nem de bases para seu posicionamento. 

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O Tratado INF, assinado por Washington e Moscou em 1987, não tem data de expiração e proíbe as partes de ter mísseis balísticos terrestres ou mísseis de cruzeiro com um alcance de 500 — 5.500 quilômetros.

Em 20 de outubro, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que seu país abandonaria o Tratado INF, alegando supostas violações do acordo pela Rússia.

Mais tarde, o presidente estadunidense acrescentou que os EUA aumentarão suas capacidades nucleares até que os outros países, como a Rússia e a China, "retomem a razão".

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