O tenente-general aposentado Ben Hodges, ex-comandante do Exército dos EUA na Europa, disse nesta quarta-feira que os EUA provavelmente estarão em guerra com a China dentro de 15 anos.
Ele apelou à Europa para fazer mais para garantir sua própria defesa perante o "ressurgimento da Rússia", porque os EUA precisarão concentrar mais atenção na defesa de seus interesses no Pacífico.
"Os Estados Unidos precisam de um pilar europeu muito forte. Acho que em 15 anos, isso não é inevitável, mas há uma grande probabilidade de estarmos em guerra com a China", disse Hodges no Fórum de Segurança de Varsóvia, na Polônia, acrescentando que o compromisso dos EUA com a OTAN é "inabalável".
Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista em assuntos americanos Dmitry Mikheev comentou essa afirmação.
"Hodges e outros aposentados representam o assim chamado país profundo, que procura influenciar as decisões governamentais. Eles se aproveitam de seus laços para dirigir a política. É um negócio muito sério, porque tais pessoas não podem ser consideradas de ‘ex'. Quando eles se retiram, eles mantêm laços com funcionários no ativo, obtêm contratos e assim por diante", comentou o analista.
Por essa razão, é muito interessante segui-los, opina o especialista. Às vezes, eles expressam a opinião pessoal em diferentes fóruns, mas de fato isso é a expressão de uma certa tendência de opinião. Neste caso, o que disse Hodges sobre um possível conflito militar entre os EUA e a China dentro de 15 anos "é uma tolice", assinalou o analista.
O objetivo de Hodges foi reter os aliados europeus no âmbito da OTAN, indicar para a necessidade de continuação do financiamento e para a solidariedade entre os europeus e americanos, o que é um lobismo evidente para maiores gastos militares, concluiu Dmitry Mikheev.