Previamente, Vladimir Putin declarou que Moscou tomará medidas correspondentes caso novos mísseis estadunidenses sejam instalados em países europeus. Assim, o líder russo comentou a possível saída dos EUA do Tratado INF.
Ao mesmo tempo, presidente russo destacou que não há nenhum sentido e razão para levar a Europa até tal ameaça, adicionando que não é a intenção da Rússia.
Nessa conexão, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista em segurança internacional Igor Nikolaichuk indicou de que modo Rússia poderia responder se isso acontecer.
"É sempre um segredo de guerra. A medida mais simples é restaurar nossos sistemas de médio alcance. As autoridades russas tomarão decisão conforme a situação. Neste caso, a Rússia tem suficientes recursos, potencial e vontade política para criar um sistema de contrapesos que nos protegerá."
"Claro que a saída dos norte-americanos do Tratado INF violará gravemente a segurança mundial, pois aparecerá uma classe inteira de armas que vão ser instaladas e utilizadas", afirmou.
Assim, "surgirá, não um 'barril de pólvora' [que agora corresponderia a mísseis com ogiva nuclear], mas vários de uma só vez, e talvez, até mais", enfatizou.
"A lógica da vida é assim: quando um rifle é pendurado no primeiro ato [de uma peça teatral], será disparado inevitavelmente no segundo. É a lei não só no gênero teatral, mas também na política internacional. Não se trata de uma simples manobra política, isso pode ser considerado preparação para uma guerra", explicou.
Ademais, o especialista está seguro de que "uma arma sempre tem como alvo um inimigo concreto. Não há dúvidas de que mísseis de médio alcance estadunidenses, que serão instalados na Europa, visam se preparar para guerra contra nós, ao invés de proteger países europeus. Será uma pistola apontada para têmpora da Rússia".
O Tratado INF, assinado por Washington e Moscou em 1987, não tem data de expiração e proíbe as partes de ter mísseis balísticos terrestres ou mísseis de cruzeiro com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros.
Em 20 de outubro, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que seu país abandonaria o Tratado INF, alegando supostas violações do acordo pela Rússia.