As nuvens estelares são galáxias satélites da Via Láctea, chamadas de Pequena Nuvem de Magalhães (SMC) e Grande Nuvem de Magalhães (LMC).
"É uma descoberta extremamente impressionante. Nós descobrimos uma área gigantesca da Pequena Nuvem de Magalhães, chamada Asa, que agora se separou da parte principal da galáxia e está se movendo em direção à Grande Nuvem de Magalhães", declarou Sally Oey, professora de astronomia da Universidade de Michigan, EUA.
A Via Láctea não está sozinha no espaço. Ao lado dela há várias galáxias anãs. As SMC e LMC são as maiores e representam duas famílias pequenas de estrelas de 13 a 14 anos-luz de diâmetro, comunicou a revista.
Recentemente, astrônomos encontraram provas de que o "combate espacial" entre SMC e LMC foi vencido pela maior galáxia, que arrancou pedaços de gás da Pequena Nuvem de Magalhães e a privou de reservas significativas de matéria escura. Como resultado, uma parte das estrelas da "irmã caçula" se viu catapultada para o espaço, formando várias linhas brilhantes, ligadas por duas aglomerações de astros.
Juntamente com uma equipe internacional, Sally Oey examinou a Pequena Nuvem de Magalhães em busca de estrelas fugitivas, ou estrelas que foram ejetadas de grupos de estrelas dentro da Pequena Nuvem. Para observar a galáxia, astrônomos utilizaram dados recentes do Gaia, um novo telescópio orbital lançado pela Agência Espacial Europeia.
As medições do Gaia expuseram uma realidade inesperada: uma região gigantesca no sudeste da Pequena Nuvem de Magalhães "se separou" dela e está se movendo em direção à Grande Nuvem a 64 km/s.
Além do mais, todas as estrelas jovens — Asas — desta região da galáxia se movem mais rapidamente do que nas outras regiões e estão viajando na mesma direção, ou seja, ao encontro da Grande Nuvem de Magalhães.
Para a equipe internacional, trata-se de colisão entre SMC e LMC, e não de apenas um esbarro entre elas, como acreditam outros cientistas.