No mar do Sul da China, uma das regiões marítimas mais disputadas no mundo, os militares dos EUA têm realizado nos anos recentes missões demonstrativas de "liberdade de navegação".
EUA e China "se encontrarão cada vez mais em alto-mar", disse na terça-feira o comandante de Operações Navais da Marinha dos EUA, almirante John Richardson, segundo a Reuters, na sequência do incidente ocorrido no mês passado envolvendo o USS Decatur e uma embarcação chinesa, a quem os americanos acusaram de os tentar empurrar para fora da área.
Richardson também disse que os EUA vão monitorar a cooperação naval entre a Rússia e a China "com interesse" à medida que ela continue crescendo.
O almirante fez as declarações um dia após encerrar sua visita as Filipinas, que ele também, caracterizou como um firme parceiro e aliado na região.
A Indonésia e as Filipinas são dois dos seis países regionais, incluindo China, Vietnã, Brunei, Malásia e Taiwan, que reivindicam porções do mar Sul da China, uma hidrovia estratégica e economicamente crucial por meio da qual entram 5 trilhões de dólares (cerca de 18,64 trilhões de reais) em comércio anual global.
Na segunda-feira, Richardson prometeu que o incidente de setembro não impediria a Marinha dos EUA de realizar "operações de liberdade de navegação" na região ou em qualquer outro lugar com este mesmo propósito. "Fazemos dezenas dessas operações em todo o mundo para indicar nossa posição [sobre]… reivindicações ilegítimas, reivindicações marítimas", disse o almirante.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, respondeu aos comentários do almirante na segunda-feira (29), comentando sobre como alguns "países não-regionais" alimentam tensões "mostrando sua força" nas águas disputados. Mais cedo, Cui Tiankai, embaixador da China nos Estados Unidos, considerou o incidente como uma intervenção "à porta da China", não muito diferente do que aconteceria se navios de guerra chineses aparecessem na costa da Califórnia ou no golfo do México.