Mais cedo, o Ministério da Defesa da Rússia informou que dois bombardeiros estratégicos russos Tu-160 sobrevoaram águas neutras dos mares de Barents e da Noruega.
Destaca-se também que todos os voos da Força Aeroespacial russa são realizados em conformidade com as regras internacionais de utilização do espaço aéreo, sem violação das fronteiras de outros Estados.
De 25 de outubro a 7 de novembro, na Noruega e nas áreas circundantes do Atlântico Norte e no mar Báltico está decorrendo a fase ativa dos exercícios Trident Juncture 2018 da OTAN, os maiores desde a época da Guerra Fria. As manobras envolvem cerca de 50 mil soldados, 250 aeronaves e 65 embarcações de 31 países. Alguns analistas acreditam que o principal objetivo das manobras seja enviar um sinal à Rússia.
Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o analista militar e investigador do Centro de Pesquisas Político-Militares da Universidade MGIMO, Vladimir Kozin, comentou a situação e as ações de ambas as partes.
"Acredito que os países da OTAN se preocuparam de modo infundado, pois os nossos aviões não voam com armas nucleares a bordo, mas efetuam voos de treinamento comuns e, entretanto, não entram na zona sob controle de países estrangeiros", destacou o especialista.
Ao falar sobre a atividade militar dos EUA, o especialista lembrou que os estadunidenses efetuam, de modo regular, exercícios militares em escala global, usando sua aviação estratégica.
"Por isso, antes de acusar a Rússia de quaisquer ações, os estadunidenses e os países-membros da OTAN devem dar uma olhada para si próprios […]", sublinhou.
Entretanto, Kozin chamou a atenção para que "nos últimos anos os Estados Unidos têm começado a realizar manobras usando armamento convencional que, segundo o cenário tático, levam ao uso de armas nucleares", adicionando que antes "esses treinamentos eram separados", mas agora houve uma transformação.