"Embora Bolsonaro não é santo da minha devoção, espero que faça o bem para o povo brasileiro. Além disso, deve ser respeitado porque as pessoas o elegeram presidente legitimamente", afirmou a autoridade uruguaia.
Segundo suas palavras, embora não goste do presidente eleito de direita, as eleições no Brasil ocorreram sem objeções ou reclamações por parte dos partidos que perderam.
"Se as pessoas, no exercício de sua autodeterminação e soberania, algo que eu respeito muito, escolheram Bolsonaro, caso errem, serão os brasileiros que terão que resolver isso", acrescentou.
No que diz respeito à assunção de líder do PSL poderia mudar a relação do Mercado Comum do Sul (Mercosul) com a Rússia ou a China, a vice-presidente disse que não vai acontecer porque "Bolsonaro não é estúpido."
"O Brasil precisa do Mercosul comercialmente, não acredito que nenhum presidente destrua um acordo que tenha funcionado. Além disso, acho que Bolsonaro não é bobo", avaliou.
No domingo passado, o futuro ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, disse em uma entrevista com o jornal argentino Clarín que o Mercosul "não é uma prioridade" e que o foco do governo terá como alvo de mercado todo o mundo, o que tem gerado várias reações em todos os países da América do Sul.
Topolansky assumiu a vice-presidência do Uruguai em 13 de setembro 2017, na sequência da renúncia de Raul Sendic, número 2 do Executivo desde fevereiro de 2015, que deixou seu posto pelas investigações contra ele de abuso de poder e peculato, pelos quais ele foi processado sem prisão em maio deste ano.
A vice-presidente do Uruguai, de 74 anos, era membro do grupo guerrilheiro Movimento de Libertação Nacional Tupamaros e ficou presa por 13 anos durante a última ditadura militar (1973-1985) no Uruguai.