Eleições legislativas nos EUA ameaçam domínio de Trump no Congresso

© AP Photo / Evan VucciPresidente dos EUA, Donald Trump, discursa durante uma sessão da Assembleia Geral, em Nova York, em 26 de setembro de 2018
Presidente dos EUA, Donald Trump, discursa durante uma sessão da Assembleia Geral, em Nova York, em 26 de setembro de 2018 - Sputnik Brasil
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Os eleitores dos EUA irão às urnas nesta terça-feira (6) para votar nas eleições legislativas. A voto nos EUA não é obrigatório, mas a expectativa é de que o número de eleitores seja recorde. As eleições legislativas são vistas como um referendo sobre o presidente e este ano também colocam em cheque o domínio republicano sobre o Congresso dos EUA.

Os republicanos atualmente têm a maioria nas duas casas do Congresso, porém as pesquisas de intenção de voto apontam os democratas como favoritos a conseguirem a maioria das cadeiras na Câmara dos Representantes. Essa conquista dividiria o legislativo norte-americano e colocaria em risco a agenda do presidente dos EUA, Donald Trump.

As eleições legislativas de meio termo, assim também conhecidas por acontecerem na metade do mandato presidencial, são consideradas um referendo simbólico acerca da performance do presidente, uma realidade conhecida por Donald Trump, que disse recentemente: "Eu não estarei nas urnas, mas estou nas urnas, porque isso é também um referendo sobre mim".

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Milhares de seções eleitorais ao longo do território dos Estados Unidos abrirão entre meio dia e 13h na terça-feira (6). As urnas receberão votos para decidir as 435 cadeiras na Câmara dos Deputados dos EUA e 35 das cadeiras do Senado. Os eleitores escolherão deputados para mandatos de dois anos e senadores para mandatos de seis anos. Os eleitores norte-americanos também elegerão governadores nos estados, assim como deputados estaduais.

Apesar das expectativas de que um grande número de eleitores compareça às urnas, a corrida pelo Congresso segue em aberto.

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Nos últimos seis dias antes da votação, Trump lançou uma intensa campanha para garantir a maioria republicana no Congresso, rivalizando com seu predecessor, Barack Obama, que também cruzou o país em comícios para ganhar votos para os democratas. Os dois presidentes trocaram acusações nos discursos.

A preocupação com temas como saúde, economia e imigração podem tirar um número recorde de eleitores de suas casas este ano. Segundo uma pesquisa divulgada pelo instituto Gallup em 2 de novembro, as principais preocupações dos eleitores que vão às urnas nesta terça-feira (6) são a implementação de um sistema de saúde mais inclusivo e questões relacionadas à economia e imigração.

Dentre os eleitores registrados, cerca de 72% afirmam que têm grande interesse nas eleições legislativas de 2018, de acordo com uma pesquisa da NBC/Wall Street Journal divulgada no domingo (4). O índice é cerca de 10% maior do que nas eleições de 2014. Uma outra pesquisa divulgada pela ABC/Washington Post identificou que 80% dos entrevistados afirmam que certamente irão votar ou mesmo já votaram.

Apesar de que a maioria dos cidadãos norte-americanos votarão na terça-feira (6), milhões já o fizeram. Cerca de 30 milhões de votos foram registrados até o dia 3 de novembro, de acordo com o New York Times. A quantia excede o total registrado no mesmo período das últimas eleições legislativas em cerca de 3 milhões de votos.

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Em 2014, 83 milhões de votos foram registrados no total, marcando uma baixa taxa de comparecimento às urnas, cerca de 36%. A expectativa é de que este ano cerca de 50% dos eleitores compareçam às urnas, segundo a revista Time. Ainda segundo a revista, o entusiasmo com as eleições deste ano seria histórico, algo que não acontece desde os anos 1960 nos EUA.

Uma forma tangível de mensurar a importância destas eleições para os partidos é o recorde de gastos e arrecadação das campanhas. Mais de US$ 5 bilhões serão gastos no total, o que faz das eleições legislativas de 2018 a mais cara da história nos EUA, segundo publicou o centro de pesquisa Center for Responsive Politics em um relatório na semana passada.

O que mostram as pesquisas?

Atualmente, o partido Republicano tem 240 cadeiras na Câmara, contra 195 dos democratas. Para garantir a maioria, os democratas têm que conquistar pelo menos mais 23 cadeiras, alcançando assim as 218 necessárias. 

Até a segunda-feira (5), o site RealClearPolitics, um agregador de pesquisas, apontava que os democratas venceriam 202 cadeiras e os Republicanos 195. A disputa pelas 38 cadeiras restantes estaria incerta.

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Já no Senado, as pesquisas mostram uma vantagem para os republicanos. Atualmente, o Senado dos EUA tem 51 senadores republicanos e 47 democratas, sendo que os 2 senadores independentes estão alinhados aos democratas.

Das 35 cadeiras que serão disputadas nesta terça-feira (6), 26 pertencem ao partido Democrata, que precisa tomar 2 cadeiras dos republicanos para alcançar a maioria.

De acordo com o site RealClearPolitics, as pesquisas apontam um cenário mais favorável aos republicanos, que teriam a maioria garantida. Segundo o site, há uma expectativa de que, ao fim da eleição, 49 cadeiras estejam nas mãos republicanos, enquanto os democratas estariam próximos de terminar o pleito com 43 cadeiras. O destino das 8 cadeiras restantes segue incerto.

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