Com Marte a cerca de 140 milhões de milhas da Terra, o envio de humanos para lá traz dificuldades muito além de qualquer coisa enfrentada pelas missões Apollo à Lua. Com a atual tecnologia de foguetes, Marte é uma jornada de 9 meses, durante a qual os astronautas estariam à mercê da radiação solar e da decadência muscular devido à exposição prolongada a condições de gravidade zero.
"O custo de resolver isso significa que sob orçamentos atuais, ou orçamentos ligeiramente expandidos, serão necessários cerca de 25 anos para resolvê-los", disse o ex-astronauta Tom Jones, veterano de 4 missões do ônibus espacial, a jornalistas em Washington.
Reduzir o tempo de viagem é uma forma pela qual a agência espera tornar as missões a Marte uma realidade. Jones afirmou que os sistemas de propulsão nuclear poderiam negar as dificuldades físicas da jornada.
"Se começarmos agora, em 25 anos poderemos ter essas tecnologias disponíveis para nos ajudar e nos proteger desses longos tempos de trânsito", avaliou.
Entretanto, a NASA tem trabalhado para aperfeiçoar tecnologias que possam um dia ajudar uma missão à Marte. A agência lançou o módulo de pouso InSight em maio, uma espaçonave robô que analisará o exterior relativamente desconhecido do planeta, expandindo o conhecimento da NASA sobre o planeta e suas condições. O pouso do equipamento será transmitido ao vivo no site da agência em 26 de novembro.
Can you believe it? Less than two weeks until my landing on #Mars! Even though @NASAJPL has landed on Mars safely in the past, landing on the Red Planet is never easy or guaranteed. Watch this 60-second video to get an idea of what it takes. https://t.co/nCryBG5VlL pic.twitter.com/D4ODBOAN0c
— NASAInSight (@NASAInSight) 13 de novembro de 2018
Mais missões lunares também estão planejadas, revelou o administrador da NASA, Jim Bridenstine, a repórteres no início desta semana. As missões lunares, ponderou ele, poderiam permitir que a agência testasse a tecnologia que poderia um dia ser usada em uma viagem a Marte.
"Estamos indo para a Lua porque há ciência a ser descoberta lá, há riscos a serem retirados, há tecnologias a serem desenvolvidas e há fisiologia humana que precisa ser entendida", comentou. Ele descreveu a Lua como "um campo de provas, para desenvolver tudo o que precisa ser desenvolvido para que possamos chegar a Marte".
A NASA atualmente tem um orçamento de US$ 18,4 bilhões. No auge da corrida espacial em 1966, a agência tinha um orçamento que hoje estaria em torno de US$ 43 bilhões, ou 4,4% do orçamento total dos EUA.
No entanto, a NASA tem visto a concorrência nos últimos anos do setor privado. O bilionário Elon Musk afirmou que sua empresa, a SpaceX, colocará humanos em Marte até 2028. Musk é conhecido por fazer alegações grandiosas, no entanto, e já havia prometido que a SpaceX transportaria carga para Marte até 2024.
Com Marte em disputa dentro de 3 décadas, o antigo rival espacial dos EUA, a Rússia, também entrou na briga. Um importante centro russo de pesquisa espacial publicou um vídeo de um foguete nuclear que pode pousar em Marte dentro de 7 meses e pode ser relançado apenas 48 horas após o pouso.
"Uma missão a Marte é possível em um futuro muito próximo, mas isso não é um objetivo em si. Nossos motores podem ser a base para uma série de missões espaciais que atualmente parecem ficção científica", disse Vladimir Koshlakov, chefe do Centro de Pesquisas Keldysh, em Moscou.