O presidente francês Emmanuel Macron propôs criar um "verdadeiro exército europeu" para proteger a Europa "da China, Rússia e até dos Estados Unidos da América". A ideia foi apoiada pela chanceler da Alemanha, Angela Merkel.
"A ideia de exército europeu é uma utopia porque os europeus nunca chegarão ao acordo sobre comando integrado. Particularmente, porque a França tem armas nucleares, mas a Alemanha — não. A França, ao contrário da Alemanha, também é membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas", comentou à Sputnik o especialista.
O analista opina que o presidente francês aposta em realizar operações militares conjuntas com a UE, visto que "Paris quer ser capaz de agir na região do Mediterrâneo, no Oriente Médio e na África". Macron queria ter apóio dos europeus para se defender da ameaça crítica do flanco sul, em particular, do terrorismo islâmico, enquanto o flanco oriental da Europa está em segundo lugar, ressaltou o geopolítico.
De acordo com ele, Berlim "está preocupada com o flanco oriental da Europa". "Para a Alemanha, que sempre foi membro da OTAN, o exército europeu é um pilar da Aliança, por isso Berlim segue em maior grau os interesses geopolíticos dos EUA para garantir um contrapeso à Rússia", opina Thomann.
"Os alemães não estão interessados em defender os interesses da França na região do Mediterrâneo e na África", disse à Sputnik Thomann.
Em 2017, a União Europeia aprovou o documento sobre o lançamento da Cooperação Estruturada Permanente (PESCO) para aprofundar a cooperação no domínio da defesa. O PESCO permite elaborar conjuntamente forças e meios militares e realizar operações na esfera da defesa e segurança. Vinte e cinco países, inclusive os que não são membros da OTAN, expressaram a intenção de começar a implementação do PESCO. Em junho de 2018, nove países europeus assinaram o protocolo sobre a criação de forças europeias de reação imediata.