De acordo com o relatório, o Sudeste Asiático é a região-chave graças à qual será possível aumentar a exportação de gás natural em 60%.
Embora a Rússia não consiga dominar completamente essa demanda por motivos políticos, o papel russo no abastecimento europeu de gás será crucial.
"A Rússia continuará sendo a maior fornecedora de gás da região e uma das fontes mais baratas, mas esse efeito é reduzido em um mercado de gás europeu muito mais integrado, onde os compradores terão acesso a diferentes fontes de gás", prevê a AIE.
O relatório cita que, ainda este ano, a gigante russa do setor energético Gazprom planeja quebrar o recorde de fornecimento de gás por gasoduto enviando 205 bilhões de metros cúbicos deste combustível para exportação, o que é dez vezes mais do que todo o gás produzido pela Ucrânia em 2017.
Indiretamente, a posição dos consumidores europeus é expressa em projetos de infraestrutura, por exemplo, com a continuidade da construção do gasoduto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2) para fornecimento de gás natural liquefeito (GNL) à UE.
A Ásia será a principal consumidora de energia nos próximos anos, destacam os analistas da IEA, estando a China no topo da lista, com compras previstas de 480 bilhões de metros cúbicos até 2030.
"Estamos confiantes de que mais de 70% do investimento global no setor de energia dependerá da vontade dos Estados, o que significa que o destino do setor é totalmente determinado por decisões políticas", disse Fatih Birol, diretor-executivo da AIE, acrescentando que "alcançar nossos objetivos comuns exige o desenvolvimento de políticas e iniciativas relevantes".
Esses acordos bilaterais sino-russos podem implicar perdas irreparáveis à economia americana, concluem os analistas da agência.