Sem moderados: Terroristas da Al-Nusra unem militantes em ampla frente anti-Assad

© AP Photo / Edlib News Network ENN Militantes da Frente al-Nusra (foto de arquivo)
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O notório grupo terrorista Frente al-Nusra anunciou que uniu todas as facções rebeldes em Idlib, na Síria, sob um único comando, corroendo qualquer linha que existisse entre os chamados militantes "moderados" e os jihadistas incondicionais.

A província de Idlib tem estado relativamente calma após o acordo de setembro entre a Rússia e a Turquia para estabelecer uma zona-tampão na província na esperança de que isso levaria a um longo cessar-fogo. O acordo, que foi apoiado pela Alemanha e pela França, e apoiado pelos Estados Unidos em teoria, deveria ter permitido que os chamados rebeldes "moderados" assumissem o controle da província enquanto se separavam dos radicais islâmicos. No entanto, exatamente o oposto parece ter acontecido.

Todas as facções formaram uma sala de operações conjunta. Sim, todas as facções sem isenção.

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Não houve "nenhuma sala de operações conjuntas como essa antes", declarou Abu Khaled, representante da filial da Al-Qaeda Jabhat Al-Nusra, hoje conhecida como Hayat Tahrir al-Sham, ao jornalista americano Abdul Kareem.

A principal tarefa desta "sala de operação" é unir forças rebeldes contra as tropas do governo sírio que cercaram a província. O Idlib é o último grande reduto de grupos jihadistas na Síria, que vêm tentando derrubar o governo em Damasco nos últimos 7 anos. A província do noroeste sírio, que abriga cerca de 2,9 milhões de pessoas, oficialmente não é dirigida por um único grupo rebelde, mas sim por um número de facções rivais que juntas têm cerca de 70 mil combatentes à disposição. Acredita-se que Tahrir al-Sham seja mais forte em seu meio, com cerca de 10.000 combatentes.

Enquanto Damasco concordou em observar as condições do acordo multilateral, o representante jihadista deixou claro que o acordo com o Idlib não representa seus interesses. "Quero enviar uma mensagem ao regime e seus comparsas de que os rebeldes nas áreas livres do norte prepararam mensagens para você. Mas você não os entenderá até vê-los", afirmou o jihadista a Kareem em uma entrevista transmitida pela OGN TV.

O anúncio da Al-Nusra "muda a estrutura do acordo multilateral", explicou o analista de assuntos globais e fundador da 21st Century Wire, Patrick Henningsen.

"Não há efetivamente mais rebeldes moderados no Idlib", pontuou.

"Era ingênuo acreditar que o partido mais forte, Al-Nusra, daria lugar ao partido mais fraco, os chamados moderados do Exército Sírio Livre. O que está acontecendo é que eles estão agora firmemente no comando", comentou o ex-embaixador do Reino Unido na Síria, Peter Ford.

O grupo rebelde unido sob o comando da bem conhecida rede terrorista só pode significar uma batalha pela província de Idlib, pensa Henningsen. A luta, no entanto, pode se espalhar para além do Exército Árabe Sírio e das forças terroristas se os Estados Unidos, que ativamente tem alertado contra qualquer operação militar contra os rebeldes na região, vierem em sua ajuda, enfatizou o ex-embaixador Ford.

"Os Estados Unidos deixaram bem claro que qualquer avanço do Exército sírio no Idlib seria atingido por um incêndio mortal dos Estados Unidos", analisou Ford, explicando que "os Estados Unidos efetivamente se colocaram na posição de criar um refúgio seguro para a Al-Qaeda".

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"Se o Ocidente vai intervir […] então efetivamente eles estão tomando o lado de um confidente terrorista", acrescentou.

Antes do acordo turco-russo sobre Idlib, que estabeleceu uma zona desmilitarizada de 15-20 km de profundidade em território rebelde, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse explicitamente que os EUA ficarão "muito zangados" se as forças sírias continuarem a retomar o Idlib

"Se é um massacre, o mundo vai ficar muito, muito bravo", alertou Trump, em recado para Bashar Assad, em um tweet de setembro. "E os Estados Unidos vão ficar muito zangados também".

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