Segundo ele, torna-se muito difícil cobrir a dívida em dólares nas condições de queda do yuan. Se a crise da dívida acontecer, será um desastre global.
Mas o problema, observa o economista, é que uma parte significativa dos empréstimos é contraída em dólares. Os países do mundo acumularam dívidas no valor de US$ 12 trilhões (R$ 44,8 trilhões), dos quais US$ 3 trilhões (R$ 11,2 trilhões) recaem sobre a China. Isso aconteceu porque, durante muitos anos, os investidores e corretores chineses usaram a diferença nas taxas de juro da Reserva Federal dos EUA (FED, na sigla em inglês) e do Banco Popular da China (PBC). Eles pediam emprestado dólares baratos e depois os investiram em ativos altamente rentáveis em yuans, faturando assim com a diferença de spread. O esquema é simples e funciona bem desde que as condições nos mercados doméstico e internacional permaneçam inalteradas. Agora os tempos são outros.
"A situação está repleta de sérios riscos. Mas o fato de a China restringir o movimento de capital pode ajudar a evitar um colapso em larga escala", disse à Sputnik China o economista Bai Ming da Academia Chinesa de Comércio Internacional e Cooperação Econômica do Ministério do Comércio da China.
Conforme observa Kevin Lai, o mais importante agora é evitar que a moeda chinesa caia mais. Um patamar aceitável é de 6,20 a 7 yuans por dólar. Se o yuan cair mais do que isso, será necessário vender ativos, o que colocará pressão adicional sobre a moeda chinesa. O vencimento dos títulos em moeda estrangeira de um número de empresas chinesas de construção civil, totalizando US$ 17,9 bilhões (R$ 66,9 bilhões), virá no próximo ano.