A previsão é que o inverno será tão frio quanto o do ano passado nos EUA, fazendo com que os preços do GNL se mantenham altos e as reservas nas instalações subterrâneas possivelmente se esgotem. O volume atualmente bombeado para o armazenamento subterrâneo de gás americano está em seu nível mais baixo desde 2005.
Portanto, apesar do fato de que a produção de gás nos Estados Unidos cresceu cerca de 12%, praticamente não resta combustível para suas necessidades no país, pois tudo foi contratado e vendido para a Ásia.
Mesmo no mercado doméstico as empresas de gás podem ter perdas. Para abastecer os estados nordestinos com combustível, o gás deverá ser liquefeito na fábrica de Sabine Pass, na Louisiana, e transportado por mar por mais de 3 mil quilômetros até o terminal de Boston, onde será novamente convertido para o estado gasoso. Isso torna o processo de entrega tão caro, que é muito mais lucrativo importar combustível do exterior.
Recentemente, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que "por incrível que pareça, o GNL russo está sendo enviado com sucesso para lá [EUA]", adicionando que três navios-tanque cheios de gás russo provenientes de Yamal já chegaram à costa americana.
Além disso, o quarto navio petroleiro está previsto para ser enviado em breve para o outro lado do oceano. Segundo relatos da mídia, a Novatek realizará um transbordo na Noruega e, provavelmente, esse gás russo será transferido para um dos petroleiros da Engie e entregue aos consumidores americanos.
O país que provavelmente sofrerá mais com essas medidas será a Polônia. Previamente, Varsóvia e Washington assinaram uma declaração conjunta sobre segurança energética e dois importantes contratos de fornecimento de GNL, de modo que o aumento dos preços americanos automaticamente aumenta o custo para os poloneses. Se a falta de gás no inverno nos Estados Unidos se repetir de ano para ano, os poloneses terão que comprar GNL com prejuízo, sem chance de recuperar os custos.