"Do nosso ponto de vista, os parceiros estabeleceram para si próprios condições demasiado privilegiadas para cessar o seu programa, embora a parte norte-americana tenha todos os recursos financeiros, científicos, tecnológicos e industriais necessários para a resolução mais rápida dessa tarefa", sublinhou Kalamanov.
O chefe da delegação russa apelou também aos outros países-membros da Convenção para que "concentrassem esforços na luta contra a ameaça crescente do terrorismo químico".
"Nós não podemos ignorar os numerosos fatos que comprovam que os terroristas têm o potencial necessário para utilizar substâncias químicas industriais para fins militares e mesmo para produzir substâncias tóxicas militares completas", declarou Kalamanov.
Além disso, Kalamanov criticou a outorga à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) de competências para definir os culpados de uso de armas químicas, considerando tal decisão como um "passo destrutivo", sendo essa uma prerrogativa exclusiva do Conselho de Segurança da ONU.
Segundo o representante russo, é necessário também mudar o processo de tomada de decisões na Conferência de Estados-membros da Convenção sobre as Armas Químicas, visto que a prática de hoje, quando uma minoria pode de fato impor sua vontade à maioria, é deficiente e não corresponde ao princípio de consenso.
Em junho, os Estados-membros da Convenção votaram a proposta britânica sobre alargamento do mandato da OPAQ — que lhe dá autorização de definir os culpados de uso de armas químicas. A decisão foi tomada por uma minoria devido a questões processuais.
A Rússia destruiu o último quilograma de substâncias tóxicas militares em 2017. Entretanto, os EUA até hoje ainda não liquidaram suas reservas de armas químicas e despõem de cerca de três mil toneladas de componentes militares, comunicou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.