A notícia sobre o voo da primeira aeronave que subiu ao ar com um motor sem partes móveis foi publicada na revista especializada Nature.
"Isto abre o caminho para criar veículos aéreos completamente silenciosos, muito simples do ponto de vista mecânico, e, ao mesmo tempo, sem emitir os gases de escape", disse Steven Barrett, professor de aeronáutica do instituto.
Vale ressaltar que a ideia de criar o motor de íons não é algo novo — as primeiras tentativas ocorreram na URSS e nos EUA ainda na década de 60 do século passado. Várias sondas e outros aparelhos espaciais, inclusive as soviéticas Meteor e Kosmos, construídos com essa tecnologia, já foram lançados ao espaço.
Todos eles têm as mesmas vantagens e desvantagens. Por um lado, os motores de íons são extremamente econômicos e exigem pouco combustível. Por outro, sua tração e eficiência de conversão de energia são bem pequenas, por isso a aceleração e a desaceleração se efetua muito lentamente, o que torna os veículos equipados com estes motores muito pouco adequados para enviar pessoas a Marte e a outros planetas.
Segundo revelaram os investigadores, uma asa de forma especial coberta por uma rede fina de elétrodos pode gerar uma "reação em cadeia" no ar, fazendo os elétrons colidirem com moléculas neutras e expulsarem outras partículas destas moléculas. Em resultado disso, é criado um espaço repleto de inúmeros íons e partículas não carregadas. Se esta mistura ficar dentro de um campo magnético, se cria uma espécie de "vento de íons", que tem uma tração bastante grande.