Segundo Putin, Poroshenko, que tem baixa popularidade entre os eleitores, tenta desta forma criar obstáculos aos adversários da oposição.
"Eles confessaram que são agentes do Serviço de Segurança da Ucrânia. São sinais claros de ser uma provocação organizada com antecedência que visava precisamente servir de pretexto para introduzir a lei marcial no país", declarou Putin.
Argumentando, Putin lembrou que, mesmo após a reunificação da Crimeia com a Rússia e o conflito em Donbass, Kiev não introduziu a lei marcial, enquanto os acontecimentos de 25 de novembro são apenas um incidente menor. "Está claro que isso se faz nas vésperas das eleições presidenciais, esse é um fato absolutamente evidente", comentou.
O presidente frisou que os navios ucranianos entraram nas águas territoriais da Rússia e não responderam aos vários avisos da guarda fronteiriça.
"Queria chamar a atenção ao fato de [os navios ucranianos] terem entrado nas nossas águas territoriais, águas que pertenciam à Rússia mesmo antes da reunificação da Crimeia com a Rússia", afirmou Putin.
Para ele, o incidente não tem nada a ver com as tentativas de melhorar as relações russo-ucranianas.
"É um jogo de escalada, é um jogo sujo dentro do país com o fim de reprimir seus adversários políticos", constatou.
O parlamento da Ucrânia, Suprema Rada, aprovou na segunda-feira (26) um decreto de Pyotr Poroshenko autorizando a introdução de lei marcial por 30 dias.
A medida foi tomada após três navios ucranianos, Berdyansk, Nikopol e Yany Kapu, terem violado a fronteira russa e posteriormente sido detidos junto com 24 tripulantes pela guarda fronteiriça russa. Um tribunal russo ordenou a detenção de 15 deles nesta terça-feira (27).