Nesta segunda-feira (10), a agência de notícias ucraniana Ukrainskie Novosti relatou que o comando das Forças Armadas da Ucrânia tornou secretas as informações sobre o envio de navios ucranianos ao estreito de Kerch em 25 de novembro. O fato de essa informação ser segredo de Estado foi mencionado na resposta enviada à edição e assinada pelo almirante Igor Voronchenko, comandante da Marinha da Ucrânia.
"Eles não querem divulgar os dados que podem expô-los em termos de ações provocatórias. Eles querem esconder informações que poderiam ser desagradáveis para Kiev em termos de análise", disse Formanchuk à Sputnik.
Segundo ele, em princípio essa decisão de Kiev não é importante.
"Sabemos que a Ucrânia não dispõe de uma marinha tal […] suas forças navais não são importantes. Mas mesmo aquilo que têm, eles usam com a finalidade de fazer provocações", destacou.
"O principal objetivo era organizar um confronto armado com as forças russas e demonstrar uma morte heroica dos marinheiros ucranianos", esclarece.
Segundo o especialista, o outro objetivo era fazer uma incursão no mar de Azov através do estreito de Kerch. Isso foi preparado como uma provocação desde o início, por isso Kiev classificou as informações sobre o incidente, para evitar que o lado russo exponha as evidências.
Em 26 de novembro, após o incidente com navios ucranianos no estreito de Kerch, a Suprema Rada (parlamento ucraniano) aprovou a imposição da lei marcial por um prazo de 30 dias, abrangendo diferentes partes do país, decisão que já havia sido tomada pelo presidente Pyotr Poroshenko.
Foi tomada a decisão de usar armas. Os navios ucranianos foram detidos. Durante o incidente, três militares ucranianos ficaram levemente feridos. Eles receberam assistência médica e não correm risco de vida. A Rússia abriu um processo criminal por violação da fronteira.
O presidente russo, Vladimir Putin, considerou esse incidente no estreito de Kerch como uma provocação planejada pelo presidente ucraniano, Pyotr Poroshenko. Em particular, o líder russo indicou que tudo foi organizado a fim de introduzir a lei marcial na Ucrânia, e assim adiar as eleições presidenciais.