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'Terrorista assassino': Bolsonaro manda recado à Itália sobre extradição de Battisti

© Estadão Conteúdo / Alex SilvaCesare Battisti.
Cesare Battisti. - Sputnik Brasil
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O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) mandou um recado à Itália nesta sexta-feira pelo Twitter, afirmando que Roma pode contar com o governo brasileiro no caso do processo de extradição do italiano Cesare Battisti, cuja prisão foi determinada um dia antes pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A mensagem de Bolsonaro foi um resposta ao ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, que comentou também no Twitter a decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo, de decretar a prisão de Battisti, que foi condenado por quatro homicídios na Itália na década de 1970 e que vive no Brasil desde 2002.

"Darei grande valor ao presidente @jairbolsonaro se ele ajudar a Itália a ter justiça, 'presenteando' Battisti com um futuro na sua terra natal", escreveu Salvini no Twitter.

Horas mais tarde, Bolsonaro respondeu ao líder de direita italiano, declarando que o governo italiano pode contar com o seu apoio e ajuda no caso da extradição de Battisti, que ainda não foi localizado pela Polícia Federal (PF).

"Obrigado pela consideração de sempre, Senhor Ministro do Interior da Itália. Que tudo seja normalizado brevemente no caso deste terrorista assassino defendido pelos companheiros de ideais brasileiros! Conte conosco!", declarou Bolsonaro em português e italiano.

A prisão de Battisti, para que venha a ser extraditado, pode pôr fim a um caso que se arrasta na Justiça brasileira há mais de 10 anos. Desde que Roma pediu a sua extradição, em 2007, o caso já teve decisão favorável do STF (em 2009), mas repassou a responsabilidade ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se vetou o envio do italiano ao seu país natal.

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Ministro determina prisão do italiano Cesare Battisti

Apesar disso, a Itália não desistiu e retomou as conversas com o governo Michel Temer (MDB), na expectativa de que a saída do PT do governo federal facilitasse a extradição. Nesta quinta-feira, o ministro Fux revogou uma liminar que ele próprio havia concedido, a qual garantia que Battisti não fosse extraditado.

Pelas declarações de Bolsonaro ao longo da campanha política e após ser eleito, o envio do italiano ao seu país é questão de tempo. O presidente eleito declarou, em novembro, que faria "tudo o que é legal" para mandar Battisti – a quem chamou de "terrorista" - "imediatamente" para Itália.

Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, policiais federais seguem realizando buscas em Cananeia, no litoral paulista, cidade em que Battisti vinha vivendo sozinho desde a sua última prisão, há um ano, quando o italiano teria sido flagrado tentando cruzar a fronteira para a Bolívia com US$ 6 mil e 1,3 mil euros não declarados.

Battisti foi condenado por quatro assassinatos ocorridos entre 1977 e 1979, ocorridos durante ações do grupo marxista Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Ele foi delatado pelo seu ex-companheiro Pietro Mutti, que conseguiu reduzir a sua pena ao entregá-lo. Julgado à revelia (sem a presença do reú), Battisti foi condenado à prisão perpétua em seu país. Ele fugiu para a França e depois para o México antes de chegar ao Brasil.

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