Quem é o predador? EUA fazem pouco, mas criticam investimentos de China e Rússia na África

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Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton - Sputnik Brasil
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Quando os EUA emprestam dinheiro para nações africanas ou investem no continente, tudo é justo e benéfico para todos os lados, mas quando outras nações o fazem, é praticamente colonialismo 2.0, segundo a nova Estratégia de África em Washington.

O conselheiro de segurança nacional do presidente estadunidense Donald Trump, John Bolton criticou a China e a Rússia por perseguir "práticas predatórias" na África, que "impedem o crescimento econômico" e "ameaçam a independência financeira das nações africanas".

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A China usa "subornos, acordos opacos" para manter os países africanos "cativos aos desejos e demandas de Pequim", enquanto as façanhas de Moscou não são muito melhores, argumentou o funcionário. Mas aparentemente é uma história completamente diferente quando o dinheiro americano está envolvido.

"Pedimos apenas reciprocidade, nunca por subserviência", proclamou Bolton em um discurso sobre a Estratégia de Washington para a África na última quinta-feira, chamando os EUA de "a menor potência imperial na história do mundo".

No entanto, ao contrário do líder da China, Xi Jinping, que visitou a África nove vezes para promover grandes projetos de investimento, a Casa Branca parecia mais disposta a empregar seu Exército no continente — as tropas americanas estão estacionadas em 50 dos 54 Estados africanos.

O interesse renovado dos EUA na África é "uma estratégia geopolítica cínica" voltada mais para "tentar manter a supremacia contra a Rússia e a China" do que qualquer outra coisa, afirmou Lawrence Freeman, analista de assuntos africanos.

"A administração Trump não deseja realmente ajudar a África a se desenvolver. Eles veem a África como um peão em um tabuleiro de xadrez geopolítico", declarou ele em entrevista à RT.

Freeman argumentou ainda que, ao contrário das palavras de Bolton, os megaprojetos chineses como a Nova Rota da Seda não podem ser considerados "predatórios" porque ajudam os países africanos a construir infraestrutura crucial.

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Durante décadas, a África foi apontada como "continente perdido" e "amortecida" principalmente porque "os EUA não estavam fornecendo dinheiro para infraestrutura nem fazendo nada para desenvolver a nação", avaliou Ann Lee, professora adjunta de economia e finanças da Universidade de Nova York.

"Agora que a China realmente transforma a África no continente de crescimento mais rápido, os EUA basicamente sentem que precisam recuperar o atraso", ponderou.

A professora Lee observou que os investimentos chineses tornam as nações africanas "mais ricas", dizendo que o tipo de "torção dos braços" que os EUA tendem a empregar "para obter concessões provavelmente não vai conquistar nenhum amigo".

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