O que há por trás da decisão súbita dos EUA de fornecerem sistemas Patriot à Turquia?

© AP Photo / Mindaugas KulbisMilitares do Exército dos EUA ao lado do sistema Patriot na base aérea de Siauliai, na Lituânia (foto de arquivo)
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Segundo a Agência de Cooperação de Segurança de Defesa, o Departamento de Estado dos EUA aprovou a venda no valor de US$ 3,5 bilhões (R$ 13,6 bilhões) de sistemas de defesa antimíssil Patriot para a Turquia.

Previamente, Ancara havia pedido permissão para comprar quatro conjuntos de 20 lançadores, completados com 80 mísseis interceptadores.

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O Pentágono alega que Turquia deseja usar esses sistemas para fortalecer suas defesas, proteger sua integridade territorial e conter ameaças regionais.

Durante muito tempo o lado americano bloqueou a venda dos Patriot para o país, apesar do contínuo interesse de Ancara, mas houve uma mudança drástica de interesses, fazendo com que Washington mudasse sua abordagem desse fornecimento a Ancara.

Um ex-oficial da Divisão de Forças Especiais das Forças Armadas turcas, Abdullah Agar, disse à Sputnik que devido ao fato de Ancara ter dado início ao fortalecimento de sua política externa e à independência em defesa, Washington se viu ameaçado, pois isso representa sérios riscos geopolíticos e estratégicos para os EUA.

"Há um poderoso escudo que está sendo formado com os sistemas russos S-300 e S-400 na área entre o mar de Barents e o canal de Suez, que visa conter eficazmente os Estados Unidos; é por isso que os americanos tomam essas medidas", observou o especialista.

Para o analista, "o Departamento de Estado aprovou um possível acordo para vender esses sistemas antimísseis Patriot para a Turquia", porque os EUA não querem perder a chance de obter lucros através do fornecimento de seus sistemas de defesa, além do fato de Ancara estar buscando alternativas ainda mais eficazes do que os Patriot dos EUA.

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De acordo com Sergei Zheleznyak, membro do Comitê de Relações Internacionais da Duma (Câmara Baixa russa), os EUA têm medo de ficar sem nada em relação ao suprimento desses sistemas e acredita que Washington fará ainda mais esforços para tentar interromper o acordo dos S-400 russos.

"Os EUA estão tentando impedir o fornecimento russo de sistemas de mísseis S-400 para a Turquia […] Washington tem medo de ficar sem nada; eles realmente esperam que a Turquia continue comprando armamento dos EUA", disse o deputado.

"Apesar do fato de a Turquia ser um Estado membro da OTAN, ela está perseguindo uma política externa independente e depende principalmente de si própria para proteger sua soberania", acrescentou.

Recentemente, Yuri Shvytkin, vice-presidente do Comitê de Defesa da Duma, disse à Sputnik que a decisão de compra dos sistemas de defesa antimíssil dos EUA é uma questão doméstica da Turquia, mas ressaltou que os sistemas S-400 russos são melhores e mais avançados.

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Shvytkin acredita que a decisão súbita dos EUA de aprovação do fornecimento deve-se ao fato dos contratos de entrega dos S-400 estarem avançando e, por causa disso, Washington tenta impingir seus equipamentos militares à Turquia, "considerando que o país é membro da OTAN".

Além disso, Shvytkin enfatizou que a Rússia está aberta para uma cooperação técnico-militar mutuamente benéfica com a Turquia.

"Temos interesses comuns bastante semelhantes, incluindo os no Oriente Médio. Acho que esse contrato dos S-400 não apenas fortalecerá nossa relação bilateral, mas será um incentivo para a cooperação mutuamente vantajosa na região", concluiu o especialista.

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