De acordo com as fontes ouvidas pela agência, o apelo ocorreu no dia 14 de dezembro — apenas um dia depois do secretário de Estado Mike Pompeo e o chanceler turco Mevlut Cavusoglu concordarem em fazer os dois presidentes discutirem as ameaças de Erdogan em iniciar uma operação militar contra a milícia curda apoiada pelos EUA na Síria.
“Os pontos de discussão eram muito firmes. Todos disseram que tentam oferecer à Turquia algo que seja uma pequena vitória, possivelmente mantendo território na fronteira, algo assim”, disse uma das fontes à AP.
Erdogan supostamente lembrou a Trump que ele havia dito em várias ocasiões que a única razão para as tropas americanas manterem presença na Síria era a de esmagar o Daesh* (autodenominado Estado Islâmico), e que o grupo terrorista havia sido 99% derrotado. O presidente dos EUA imediatamente pediu a seu conselheiro de segurança nacional, John Bolton, para esclarecer por que as forças americanas permaneceram na Síria se as palavras de Erdogan eram verdadeiras.
Bolton supostamente disse que o ponto de vista do presidente turco foi apoiado por Mattis, Pompeo, enviado especial dos EUA para a Síria Jim Jeffrey e o enviado especial para a Coalizão anti-Daesh Brett McGurk, responsável por afirmar que terroristas retinham apenas 1% do território que anteriormente controlavam. Ao mesmo tempo, Bolton insistiu que, na visão da equipe de segurança nacional, uma vitória contra o Daesh tinha que ser "duradoura".
Trump então prometeu se retirar da Síria, deixando Bolton e Erdogan em estado de choque. Embora Erdogan o tenha advertido contra uma retirada precipitada, o presidente dos EUA reiterou que cumpriria sua promessa quando a conversa chegasse ao fim.
“Em termos inequívocos, relatar toda essa história não é verdade. É claro no contexto que esta falsa versão dos eventos vem de fontes que não têm autoridade sobre o assunto, possivelmente fontes anônimas na Turquia”, disse o porta-voz do Conselho Segurança Nacional, Garrett Marquis, segundo a AP.