O porta-voz da presidência da Turquia, Ibrahim Kalin, anunciou que Ancara pretende continuar a luta contra o terrorismo sem pedir o consentimento de outros países, informou o Hurriyet Daily News na terça-feira.
"Está fora de questão que a Turquia obtenha permissão ou consentimento de Israel ou de qualquer outro país [para combater o terror]", disse ele a jornalistas após uma reunião de gabinete.
Mais cedo, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu criticou Erdogan no Twitter, chamando-o "o ocupante do norte de Chipre, cujo exército massacra mulheres e crianças em aldeias curdas, dentro e fora da Turquia", e insistiu que o presidente turco "não deveria pregar para Israel".
Erdogan – the occupier of northern Cyprus, whose army massacres women and children in Kurdish villages, inside and outside Turkey – should not preach to Israel.
— Benjamin Netanyahu (@netanyahu) December 22, 2018
Em resposta, Erdogan apelidou Netanyahu é "a voz dos tiranos" e o chefe do "Estado do terror".
Enquanto isso, Kalin também afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump decidiu retirar as tropas americanas da Síria depois que Erdogan disse a ele que Washington e Ancara não precisam da ajuda das forças curdas do YPG/SDF para combater o Daesh (grupo terrorista autodenominado Estado Islâmico).
"Não há um passo atrás, fraqueza, interrupção ou desaceleração na luta contra o grupo terrorista Daesh", disse Kalin depois de declarar que a Turquia manterá sua presença militar na província síria de Idlib para garantir "segurança e estabilidade na região".
No início de dezembro, Erdogan anunciou que as forças turcas estavam preparadas para iniciar uma ofensiva na margem leste do rio Eufrates contra milícias curdas o mais rápido possível.
Mais tarde, o ministro das Relações Exteriores, Cavusoglu, disse que a operação no norte da Síria seria adiada até que as tropas dos EUA se retirassem completamente da área. Ao mesmo tempo, o porta-voz de Erdogan disse que Ancara vai coordenar sua campanha contra o Daesh com Moscou.