A assim chamada "zona cinzenta" em Donbass separa as Forças Armadas da Ucrânia das forças das autoproclamadas Repúblicas Populares de Lugansk e Donetsk, tendo os seus limites sido estabelecidos pelos acordos de Minsk. A introdução de tropas nessa zona significa a violação dos entendimentos internacionais.
"Em comparação com a situação de maio de 2014, dois terços do território foram libertados, praticamente toda a 'zona cinzenta' está libertada e sob controle", afirmou Yuri Biryukov.
Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik o cientista político russo Anton Bredikhin afirmou que ainda deve ser verificado se isso de fato aconteceu. As autoridades ucranianas relatavam todos os meses a tomada de 50-100 metros em Donbass, o que posteriormente era desmentido em Donetsk ou Lugansk. Sendo verdade, as forças ucranianas já estariam hoje na fronteira russa, assinalou.
"O controle da 'zona cinzenta' da Ucrânia, se de fato ocorreu, é uma violação direta dos acordos de Minsk, significando o surgimento de mais um poderoso fator de desestabilização na região, porque a Ucrânia demonstra dessa forma que está pronta para ações radicais. Os moradores de Donetsk e Lugansk terão um péssimo ‘presente' do Ano Novo da parte da Ucrânia em forma de uma grande ofensiva", disse Bredikhin.
Anteriormente, a Milícia Popular de Lugansk declarou que as forças ucranianas planejavam tomar posições na "zona cinzenta", tendo concentrado lá equipamentos e veículos blindados. Em novembro, a Ucrânia comunicou ter conquistado o povoado de Rassadki, situado nesta zona.
O conflito no Leste da Ucrânia entre as autoproclamadas Repúblicas de Donetsk e Lugansk e as autoridades ucranianas já matou mais de 10 mil pessoas desde abril de 2014. O acordo de paz assinado em Minsk em 2015 ajudou a reduzir as hostilidades, mas os confrontos continuam.