Combatentes do Estado Islâmico da África Ocidental, grupo ligado ao Daesh, assumiram o controle de Baga, nas margens do lago Chade, na quinta-feira, depois de terem passado por bases militares.
Dezenas de caminhões militares e veículos blindados da capital do estado de Borno, Maiduguri, chegaram na cidade de Monguno, a 135 quilômetros de distância, prontos para a ofensiva, disseram à AFP dois oficiais militares e fontes da milícia, sob condição de anonimato.
"Recursos militares foram mobilizados para Monguno em preparação para uma operação para recapturar Baga dos terroristas do Boko Haram", disse o primeiro oficial militar. "A ofensiva começará em breve", acrescentou ele.
Uma força da milícia que luta ao lado dos militares também foi convocada para ajudar a retomar Baga, disse um miliciano em Monguno.
Os militares nigerianos insistiram que os insurgentes já foram expulsos de Baga, mas a versão foi refutada por moradores locais.
O residente Abubakar Mamman, que fugiu para Maiduguri no domingo, disse que Baga ainda estava sob o controle do grupo terrorista.
"O Boko Haram tomou todas as três bases militares em Baga. Não há um único soldado na área", disse Mamman à AFP.
Diz-se que os jihadistas perambulam pela cidade e matam milicianos.
Em janeiro de 2015, o Boko Haram invadiu a base Força-Tarefa Conjunta Multinacional e assumiu o controle de Baga após matar centenas de moradores. Milhares de pessoas fugiram para Maiduguri.
A Força-Tarefa Conjunta Multinacional é uma iniciativa militar com participação do Benim, dos Camarões, do Chade, do Níger e da Nigéria. Seu objetivo é combater o Boko Haram.
Mais tarde, a cidade foi retomada, mas os jihadistas que ocupam acampamentos em muitas ilhas do Lago Chade continuaram a atacar os militares e civis na área.
Com a captura de Baga, os jihadistas controlam a maioria das áreas ao redor do Lago Chade, disseram fontes de segurança.
A insurgência de nove anos do Boko Haram matou 27 mil pessoas e deslocou dois milhões de outras, provocando uma terrível crise humanitária na região.
Os combates também se espalharam pelos países vizinhos da Nigéria, Chade, Níger e Camarões.