"O diagnóstico é muito simples: a falta de controle sobre a expansão dos gastos públicos é o maior mal", disse Guedes em sua posse, na qual ressaltou que existem reformas estruturais que devem ser realizadas o mais rápido possível, incluindo a do sistema previdenciário.
Guedes criticou o atual Estado brasileiro porque "gasta muito e gasta mal", agindo "como se não houvesse amanhã". Segundo o novo ministro da Economia, isso supõe cerca de US$ 100 bilhões de dólares anuais.
O novo ministro declarou que se o governo conseguir que o Congresso Nacional aprove a reforma do sistema previdenciário para deter o déficit público, haverá "10 anos" de crescimento sustentável à frente.
Caso contrário, ele advertiu que a situação será tão séria que obrigará os parlamentares a modificar a Constituição para fazer um "pacto federativo", rever os gastos obrigatórios e realizar reformas estruturais ainda mais profundas.
Guedes prometeu também abrir a economia brasileira, que em sua opinião está fechada há quatro décadas, além de simplificar os impostos, eliminar a burocracia, privatizar as empresas estatais e gerar um melhor ambiente de negócios.
"O Brasil não será mais o paraíso do rentista e do inferno do empreendedor", pontuou Guedes, mas ressaltou que para realizar sua tarefa será necessário o apoio dos três poderes e da imprensa. "Não há superministro", ironizou Guedes.
O responsável pela política econômica do novo governo, seguidor dos preceitos liberais da Escola de Chicago, assegurou que a melhor política de inclusão é a economia de mercado e que não há razões para "angústia" com a nova administração.
O ministro elogiou a robustez das instituições brasileiras e dedicou inúmeros elogios a Bolsonaro, de quem ele disse que sentiu muita admiração por seu "imenso patriotismo".
Mercado animado
O mercado de ações do Brasil disparou nesta quarta-feira com otimismo que o novo presidente e seu governo abalarão a economia moribunda — a maior da América Latina — cortando gastos e dívidas.
Essas esperanças foram alimentadas pelas declarações do novo ministro da economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, de que a reforma do sistema insustentável de pensões do país era o "maior desafio" do governo.
Guedes lidera o discurso de mudanças que também incluem racionalização fiscal e privatizações.
O mercado de ações de São Paulo saltou mais de 3,5% durante as negociações de quarta-feira, com a estatal Eletrobras pulando mais de 19,5% das expectativas de que alguns de seus ativos seriam vendidos.