No artigo publicado no jornal The Hill, Matthews explica que as autoridades russas pretendem criar uma espécie de "OPEP escura" para controlar o mercado de petróleo e gás natural. Assim, Moscou poderia determinar os preços dos combustíveis e influenciar os processos políticos em diferentes países.
O analista do jornal acrescenta que Moscou está disposta a prestar ajuda financeira a Caracas em troca de colaboração na área de petróleo e gás. Neste contexto, o voo dos Tu-160 tornou-se uma mensagem para a Venezuela e também para outros países da América Latina e para os Estados Unidos.
Matthews observou que Moscou também tem cada vez mais influência no Oriente Médio, o que representa outro problema para os EUA que continuam a depender de combustíveis provenientes de hidrocarbonetos.
O especialista acredita que o problema energético dos EUA poderia ser resolvido com o uso de energia limpa. No entanto, o colunista considera improvável que os EUA substituam totalmente os combustíveis convencionais.
Enquanto isso, as autoridades russas reiteraram em numerosas ocasiões que os laços russo-venezuelanos estão focados em fortalecer o mundo multipolar e erradicar a prática de padrões duplos na política internacional e de sanções unilaterais contra países terceiros.
O envio de bombardeiros estratégicos Tu-160 da Rússia à Venezuela deu origem a críticas por parte do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, que caracterizou esta ação como um desperdício de recursos públicos.
Assim, o embaixador da Rússia na Venezuela, Vladimir Zaemsky, sublinhou que as mensagens "alarmistas" a este respeito foram transmitidas por "aqueles que por alguma razão estão relutantes em deixar a Rússia e a Venezuela continuarem a desenvolver a cooperação".