Segundo o jornal The Wall Street Journal, citando o secretário da Marinha dos EUA, Richard Spencer, um navio militar americano passará pelas águas do Ártico no âmbito da operação "para garantir a liberdade de navegação". Além disso, Washington também pretende enviar suas tropas (incluindo navios de superfície e aviões de reconhecimento P-8 Poseidon) para a ilha Adak — região no Alasca, localizada perto da Rússia.
A edição relata que o aquecimento global na região do Ártico possibilitará a descoberta de novas rotas marítimas e de navegação mais efetiva, o que ocasionará uma situação mais tensa na esfera comercial e militar.
Considerando-se um "Estado quase ártico", a China pensa em criar uma "Rota da Seda Polar" na região para permitir que sua frota opere livremente nela, enquanto a Rússia expande seu potencial para atuar na área já há muito tempo.
Durante entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o cientista político Podberezkin comentou que as ambições dos países em relação à região do Ártico só aumentarão.
"É preciso entender que as ambições de vários governos — dos EUA e da China — a governos que não têm relação nenhuma com a região ártica — no Ártico aumentarão, por causa dos enormes recursos naturais concentrados ali. Portanto, diferentes ideias aparecerão: desde a redistribuição do Ártico até o estabelecendo do controle internacional, liberdade etc. […] As reivindicações de todos vão crescer", diz o especialista.
"Do ponto de vista militar, será difícil para a Rússia se opor a esta situação devido à enorme extensão de suas fronteiras ao longo da região ártica e às forças militares que implantamos lá. Portanto, acho que a nova estratégia no Ártico ainda será desenvolvida […] Mas já está claro que tanto os chineses quanto os americanos e canadenses estão preparando uma frota de quebra-gelos, que reivindicarão esta região e seus recursos e desafiarão o direito incondicional da Rússia de controlá-las", finaliza o especialista.