Em uma entrevista ao jornal Sunday Times, Gadi Eisenkot, que nesta semana vai aposentar-se do cargo do chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, revelou que Israel tem estado diretamente envolvido no conflito na Síria, e reconheceu pela primeira vez que Tel Aviv forneceu armas aos grupos rebeldes na zona fronteiriça para "autodefesa".
Em setembro de 2018, a revista Foreign Policy informou que Israel tinha fornecido secretamente armas e financiado pelo menos 12 grupos rebeldes sírios, para manter as forças apoiadas pelo Irã e os terroristas do Daesh (um grupo terrorista proibido na Rússia e em vários outros países) longe da fronteira de Israel.
Segundo fontes, o programa de assistência israelense incluiu metralhadoras, lança-morteiros, veículos de transporte, fuzis de assalto, além de um salário de US$ 75 (R$ 278) para combatentes rebeldes e fundos adicionais para comprar armas no mercado negro da Síria.
Em entrevistas anteriores e publicações na mídia, Eisenkot admitiu que as FDI realizaram centenas de ataques contra a suposta infraestrutura iraniana na Síria: só em 2018, as FDI lançaram 2 mil bombas contra alegados alvos iranianos.
"Realizamos milhares de ataques [nos últimos anos] sem assumir a responsabilidade e sem pedir apreciação", afirmou. A entrevista de Eisenkot parece enquadrar-se na tendência surgida em Israel para o país ser mais transparente nas atividades militares.
Netanyahu explicou ainda que "o conjunto de ataques recentes prova que estamos mais decididos do que nunca a tomar medidas contra o Irã na Síria, e iremos atacar de forma mais forte o território da Síria, se necessário".
Damasco, em várias ocasiões, condenou os ataques, caracterizando-os como uma violação da soberania do país. Tanto a Síria quanto o Irã têm informado que a presença de Teerã se resume a conselheiros militares.