Segundo o diplomata, a postura atual dos EUA em relação ao tratado é incompreensível para a Rússia. Não é claro se Washington quer pôr fim ao tratado ou pretende trabalhar para mantê-lo em conjunto com a Rússia.
"Não entendemos o sentido da postura atual dos EUA: se os nossos colegas em Washington querem que trabalhemos para manter o tratado ou se eles, apesar de tudo, decidiram definitivamente que, depois de suspenderem o tratado – o que foi concreta e claramente anunciado por eles durante as últimas consultas [em Genebra], o vão abandonar oficialmente e completamente. Não entendemos a postura dos EUA em relação a essa questão", explicou ele à Sputnik.
Ele lembrou que as pretensões russas estão ligadas aos "conhecidos problemas com alvos de mísseis, drones, bem como com as instalações dos sistemas Aegis Ashore na Europa, onde as plataformas universais podem lançar não apenas mísseis interceptores, mas também meios de ataque de classe terra-terra, sejam mísseis de cruzeiro ou mísseis balísticos".
"Por isso colocar-nos a questão de como a Rússia planeja cumprir o tratado seria, da parte dos EUA, pelo menos incorreto e, chamando as coisas pelos seus verdadeiros nomes, provocativo", sublinhou o vice-chanceler.
Ele afirmou que as pretensões americanas quanto à não observação pela Rússia do Tratado INF são infundadas e que Washington continua apresentando aos seus parceiros informações falsas sobre a alegada violação do tratado pela Rússia.
Em 16 de janeiro o vice-secretário de Estado dos EUA declarou que os EUA vão suspender suas obrigações no Tratado INF em 2 de fevereiro se a Rússia não apresentar provas de que está cumprindo o acordo.
Nos últimos anos, Moscou e Washington têm se acusado regularmente de violar o Tratado INF. A Rússia declarou repetidas vezes que cumpre rigorosamente todas as obrigações dos termos do acordo. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, observou que a Rússia tem sérios questionamentos em relação à implementação do Tratado pelos próprios norte-americanos. Segundo ele, as acusações dos EUA são infundadas, uma vez que o míssil 9M729 foi testado no alcance permitido pelo acordo.