No ataque de quinta-feira, o mais mortífero em 16 anos, um carro com cerca de 80 quilos de explosivos detonou em uma escola de formação de policiais.
Os rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN) da Colômbia foram responsabilizados pelo ataque.
O presidente colombiano, Iván Duque, chegou a pedir a prisão e extradição de 10 comandantes do ELN que estão em Havana, Cuba, para negociações de paz.
O motorista do carro, especialista em explosivos do ELN, José Aldemar Rojas, também foi morto na explosão, disseram as autoridades.
No domingo, policiais lotaram as ruas sobrecarregados pela enxurrada de apoio aos seus companheiros mortos, cadetes entre 18 e 23 anos de idade.
"Isso enche meu coração, ver tantos marchando e nos apoiando", disse um choroso Javier Sosa, vestido de uniforme verde oliva.
Freiras segurando margaridas brancas e lenços marcharam ao lado de policiais cantando "uma Colômbia unida nunca será derrotada".
Duque, que assumiu o cargo em agosto, prometeu durante sua campanha eleitoral endurecer a luta contra o grupo e as gangues do tráfico de drogas que matam e sequestram civis.
"Este é um símbolo de patriotismo, espírito público e união", disse Duque à Reuters enquanto marchava. "Hoje estamos aqui como cidadãos comuns para rejeitar o terrorismo e a violência. Estamos honrando a memória daqueles heróis, daqueles meninos que foram vilmente assassinados."
O ELN, formado por padres católicos radicais em 1964, não reivindicou responsabilidade nem emitiu uma declaração pública, mas a exigência de Duque de prender seus negociadores de paz torna quase impossível que as negociações sejam retomadas.
Cuba evitou o pedido de Duque e disse que vai respeitar as regras estabelecidas antes do início das negociações.
Os protocolos de negociação fornecem garantias de segurança para que os líderes guerrilheiros retornem à Colômbia e proteção contra ataques militares por um período acordado.
Composta por cerca de 2 mil combatentes e considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e União Européia, o ELN começou diálogos de paz com o governo do ex-presidente Juan Manuel Santos, no início de 2017, mas elas foram suspensas por Duque até que o grupo liberte seus reféns e suspenda ataques.
Carros-bomba foram frequentemente usados durante décadas de guerra civil, mas o pior da violência, que matou cerca de 260 mil pessoas, terminou em 2016, quando a paz foi assinada com as FARC.