O especialista financeiro alemão Dimitri Speck disse à Sputnik Alemanha que Moscou e Pequim "são relativamente fortes em termos de reservas de ouro", mas destacou que a situação dos dois países é muito diferente.
Pelo fato da Rússia ter várias razões para investir em metais preciosos, o ouro representa boa parte das reservas do país, que vêm aumentando desde 2006. Segundo o analista, o metal precioso permite que Moscou seja invulnerável diante de uma possível "chantagem" econômica e monetária dos Estados Unidos.
"Com sua reserva de 2.066 toneladas, a Rússia ocupa o quinto lugar em termos de quantidade de ouro. Contudo, isso representa apenas 17,6% de suas reservas internacionais. Portanto, é improvável que o país pare de adquirir este metal", sugeriu o especialista.
Speck explica que, nos últimos meses, as autoridades financeiras de vários países demonstraram interesse em ouro. A Hungria declarou ter aumentado em dez vezes suas reservas, ao passo que Turquia e Índia também optaram por adquirir mais metais preciosos.
O analista esclarece que, apesar das divergências nas motivações dos países mencionados, o objetivo é um só — reduzir a dependência do dólar. Os bancos centrais preferem investimentos líquidos e seguros, mas a moeda americana tem mostrado certos riscos.
"Os EUA têm uma dívida externa muito maior do que outros países. Além disso, o país deverá registrar um grande déficit orçamentário", destacou.
Para Speck, os bancos centrais do mundo investirão cada vez mais em ouro, o que determinará o valor do metal nos próximos 10 ou 15 anos.