Com as 274 toneladas de ouro obtidas ao longo do ano passado, a Rússia bateu o recorde e conseguiu ficar em quinto lugar na lista de nações com maiores reservas deste metal precioso, desbancando a China.
Em 1941, a União Soviética havia alcançado um recorde com 2.800 toneladas, contudo, quase doze anos depois a quantidade de ouro diminuiu em 300 toneladas. Nas décadas seguintes ele foi se esgotando ainda mais, até que em 1991 chegou a apenas 290 toneladas.
Apesar da maioria das transações serem feitas em dólares, os analistas preveem que a economia mundial esteja à beira de um abismo e que o sistema baseado na moeda norte-americana poderia se desmoronar. Enquanto que o metal valioso permitiria diminuir a dependência das moedas e proteger o país diante essas desvalorizações.
Para o chefe do conselho da empresa First Mining Gold, Keith Neumeyer, o problema reside no fato que os governos imprimem dinheiro sem uma base fixa, sendo que durante uma crise o aconselhável seria possuir ouro físico.
"Para o ouro não é importante se entramos em uma época de inflação ou de deflação. De todas as maneiras os investimentos serão justificados", explicou Neumeyer.
Para a Rússia, que acabou de integrar a lista das cinco maiores reservas, o metal não é apenas uma maneira de proteger o país perante uma crise, mas também uma solução contra sanções.
Sob constantes sanções e medidas antirrussas aplicadas por Washington e seus parceiros, Moscou tenta reduzir ainda mais a dependência do dólar norte-americano.
A medida das autoridades financeiras russas de começarem a rejeitar as reservas em dólares, optando pelo ouro, teve início em 2014. A Rússia, ao longo da última década, reduziu seus investimentos em dívida dos EUA de US$ 176 bilhões (R$ 661 bilhões) para US$ 14,9 bilhões (R$ 56,1 bilhões).
Caso continue nesse ritmo, o país eslavo será capaz de bater o recorde soviético.