Semanas após a tomada pelo Daesh da segunda maior cidade iraquiana, Mossul, em 2014, o geólogo do Ministério da Indústria e Minerais do país, foi convocado pelo grupo terrorista para ajudá-los a desenvolver seu programa de armas químicas, relatou o jornal.
Durante a entrevista, o cientista alega que aceitou a oferta e ficou encarregado de supervisionar a fabricação de toxinas letais, incluindo gás mostarda. Além disso, ele afirma que não se arrependeu da sua decisão, argumentando que queria manter o emprego no governo.
Al-Afari também foi encarregado de organizar uma cadeia de fornecimento de gás mostarda e equipar um pequeno grupo de laboratórios, sendo uma das poucas pessoas ainda vivas que participaram do programa de desenvolvimento de armas químicas do Daesh.
"Era importante [para o Daesh] fazer algo forte para que eles pudessem aterrorizar. Era mais sobre criar horror e afetar a psicologia e o moral das tropas que combatiam contra eles. Eu não acredito que a qualidade das armas estivesse em um nível tão perigoso".
Embora o laboratório de armas químicas no Iraque tenha sido eliminado, o jornal ainda cita autoridades iraquianas que presumiram que o Daesh poderia ter transferido alguns equipamentos e substâncias químicas para a Síria em 2016.
O grupo Daesh usou comprovadamente várias vezes armas químicas contra civis e militares da coalizão iraquiana e síria, liderada pelos EUA, presumivelmente usando gás cloro e mostarda.