"O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, discutiu as perspectivas de intensificar a cooperação comercial e econômica, em primeiro lugar nas áreas técnico-militar, investimento, energia, ciência e tecnologia e outras esferas. Convidei o novo presidente do Brasil a visitar a Ucrânia", escreveu Poroshenko em sua página no Twitter.
З Президентом Бразилії Жаіром Болсонаро обговорили перспективи активізації торговельно-економічної співпраці, у першу чергу у військово-технічній, інвестиційній, енергетичній,науково-технічній та інших сферах. Запросив нового Президента Бразилії відвідати Україну з візитом#WEF19 pic.twitter.com/XWYqYnFSfc
— Петро Порошенко (@poroshenko) 24 de janeiro de 2019
De acordo com um comunicado divulgado pela Presidência ucraniana, "as partes enfatizaram a importância de restaurar a cooperação bilateral em larga escala em todas as áreas de interesse mútuo".
"Também foi acordado realizar uma reunião regular da Comissão Intergovernamental sobre Cooperação Comercial e Econômica no futuro próximo. As partes confirmaram interesse em retomar uma série de projetos industriais, energéticos, de infraestrutura e outros projetos suspensos pela administração anterior do Brasil", acrescentou a nota.
O governo ucraniano reforçou ainda que "o Presidente do Brasil apoiou a independência, soberania e integridade territorial da Ucrânia", e que "Pyotr Poroshenko e Jair Bolsonaro notaram a importância da contribuição da comunidade ucraniana do Brasil para o desenvolvimento da amizade e da parceria estratégica entre a Ucrânia e o Brasil".
A aproximação de Bolsonaro com Poroshenko marca um alinhamento mais claro entre Brasília e Kiev. Ajudou o fato que o presidente da Ucrânia criticou o governo venezuelano de Nicolás Maduro em Davos, classificando-o como um exemplo catastrófico do populismo.
"Agora temos um enorme perigo de populismo. Aqueles que querem entender o que significa declarar um preço fixo abaixo do mercado para um determinado produto para as pessoas - isso é o que Chávez e Maduro fizeram em Caracas, Venezuela", disse Poroshenko durante o discurso no café da manhã ucraniano na cidade suíça.
"E agora o povo da Venezuela diz 'não' ao populismo, 'não' aos políticos irresponsáveis. Quero declarar que vamos nos ater ao curso das reformas. Como presidente, farei tudo para garantir a irreversibilidade desse progresso, a fim de tornar impossível o retorno ao Império Russo. Isso é inaceitável", prosseguiu Poroshenko, criticando a Rússia, aliada de Maduro.
Bolsonaro também avaliou como positivo o encontro com Poroshenko. Ele exaltou o encontro que teve com o presidente ucraniano e com o líder polonês Andrzej Duda, duas das reuniões previstas na sua agenda desta quinta-feira em Davos.
Mais compromissos internacionais no dia de hoje: conversamos com o Presidente da Polônia 🇵🇱 ANDRZEJ DUDA e o Presidente da Ucrânia 🇺🇦 PETRO POROSHENKO. Graças a estas aproximações “olho no olho”, derivações positivas entre nossos países estão por vir. EXCELENTE! pic.twitter.com/0VjaRHNFHB
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 24 de janeiro de 2019
Ele ainda se encontrou com os presidentes da Colômbia, Iván Duque Marquez, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e os primeiros-ministros da Holanda, Mark Rutte, e da República Tcheca, Andrej Babis.
Na quarta-feira, Bolsonaro se reuniu com os primeiros-ministros da Itália, Giuseppe Conte, e do Japão, Shinzo Abe, e o presidente da Suíça, Ueli Maurer. O presidente brasileiro também participou de um jantar com líderes da América Latina.
Praticamente todos os encontros do presidente do Brasil com líderes mundiais privilegiaram autoridades com agendas nacionalistas, de viés direitista, e com forte crítica ao acolhimento de imigrantes por meio de organismos internacionais como a União Europeia (UE) e a ONU.