De acordo com Patrick Basham, o gasoduto concorreria com o gás natural liquefeito (GNL) norte-americano pelo mercado europeu.
"A oposição dos EUA ao projeto baseia-se em sua preocupação de que um projeto bem sucedido dê à Rússia uma grande influência econômica sobre a Europa, especialmente a Alemanha, e que essa influência econômica, em algum momento, será também política. América teme que, em hipotética disputa futura entre os EUA e a Rússia, seria mais difícil para os alemães apoiarem os interesses americanos", disse ele à Sputnik nesta quinta-feira.
O especialista observou que as ameaças dos EUA sobre sanções são sérias, mas que essas medidas não teriam um impacto tangível, esperado por Washington.
"Eu não acho que será realmente efetivo. Se estivéssemos falando de um projeto hipotético que sairia da fase de projeto em cinco ou dez anos, então talvez a crítica americana pudesse ser um pouco eficaz. Mas nós estamos falando de um projeto em andamento, estamos falando de um projeto da iniciativa privada. Existe algum apoio europeu à posição norte-americana e, obviamente, há também uma forte oposição europeia à posição americana", acrescentou Basham.
Ele também afirmou que as sanções estão "definitivamente sobre a mesa", já que Washington estaria "feliz em usar" as restrições contra a Rússia. Ainda mais quando esse tema é um dos poucos a gozar de um apoio bipartidário nos EUA no momento.
"Eu acho que as sanções estão certamente sobre a mesa. Podem ser adotadas e, como é geralmente o caso, e o relacionamento com a Rússia vem sendo um bom exemplo, elas são geralmente ineficazes e contraproducentes. Eu imagino que seria o caso aqui também ", concluiu Basham.
O Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2) é uma joint venture entre a russa Gazprom e quatro empresas européias. Além da austríaca OMV AG, conta com a participação da France Engie (França), Royal Dutch Shell (Reino Unido e Alemanha), Uniper e Wintershall (Alemanha).
Washington se manifestou contra o Nord Stream em diversas ocasiões, alegando que o projeto aumentaria a dependência da Europa ao gás russo. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, por sua vez, disse que Donald Trump só está defendendo os interesses das empresas norte-americanas que querem vender GNL mais caro para a Europa.