O Conselho de Segurança da ONU votou neste sábado (26) a proposta de discutir a situação na Venezuela a pedido dos EUA, reportou um correspondente da Sputnik. Nove países votaram a favor, quatro contra e dois países se abstiveram.
Nebenzia ressaltou que a Rússia não pode apoiar a tentativa dos EUA de discutir os assuntos da Venezuela no Conselho de Segurança da ONU, uma vez que a Venezuela não representa qualquer ameaça para o mundo.
O embaixador russo ressaltou que as ações dos EUA na Venezuela são imorais e constituem uma violação de todas as normas do direito internacional, acrescentando que a situação interna na Venezuela não é um assunto a ser discutido no Conselho de Segurança da ONU.
Por sua vez, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, apelou aos países a reconhecerem o governo da Venezuela do autoproclamado "presidente interino", Juan Guaidó.
Além disso, Pompeo acusou a Rússia e a China de falta de democracia na Venezuela por causa do seu apoio ao regime de Nicolás Maduro.
"Está na hora de apoiar o povo da Venezuela, reconhecer o novo governo democrático liderado pelo presidente Guaidó e acabar com este pesadelo", disse Pompeo durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a Venezuela.
Pompeo também acusou Cuba de agravar a situação na Venezuela.
"Agora temos um novo líder, [Juan] Guaidó, na Venezuela, que prometeu trazer as eleições e a ordem constitucional de volta à Venezuela e a segurança de volta à região. Não podemos adiar essa discussão crítica, que tem a atenção do mundo. Para o bem da Venezuela e da região, devemos apoiar o povo venezuelano e fazer isso de imediato", disse.
Washington e seus parceiros estão agravando artificialmente a situação na Venezuela, estimulando os ânimos mais radicais, é hora de acabar com isso, disse no sábado (26) o representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, comentando o ultimato apresentado pelo Ocidente algumas horas antes sobre as eleições neste país.
Em 23 de janeiro, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, se declarou presidente interino do país durante os protestos contra Maduro realizados nas ruas de Caracas. Por sua vez, o atual líder venezuelano, Nicolás Maduro, afirma ser o chefe de Estado constitucional e chamou Guaidó de "marionete dos EUA".
Até o momento, os EUA, Brasil, Canadá, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, Geórgia, Albânia e vários outros países reconheceram Guaidó como o presidente interino da Venezuela. A Grã-Bretanha, Alemanha, França e Espanha anunciaram sua intenção de reconhecê-lo, caso não sejam anunciadas novas eleições dentro de oito dias na Venezuela. A Rússia segue apoiando Nicolás Maduro como o legítimo presidente venezuelano.