O acordo foi assinado em 1998 para evitar uma guerra. Na ocasião, a Turquia ameaçou entrar em guerra com a Síria por considerar que o Estado vinha abrigando militantes curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), organização considerada terrorista por Ancara. Para evitar uma invasão, ambos os países se comprometeram a desescalar o conflito e trabalharem juntos para desmantelar ações de terrorismo.
O Ministério das Relações Exteriores da Síria reagiu à recente declaração de Erdogan sobre o acordo de Adana em 1998. Damasco acusou a Turquia de violar o acordo desde 2011 apoiando terroristas e ocupando territórios sírios, informou a SANA.
"A Síria confirma que está em conformidade com o Acordo Interestadual de Adana sobre Combate ao Terrorismo em todas as suas formas e todos os acordos relacionados a ele, mas o regime turco vem violando o acordo desde 2011 patrocinando e apoiando o terrorismo, treinando militantes e tornando mais fácil para eles ir para a região, seja através da ocupação de territórios sírios com grupos terroristas, ou diretamente com a ajuda das Forças Armadas Turcas", afirmou uma fonte do ministério.
As tensões relativas ao acordo de Adana se intensificaram recentemente, com a Turquia considerando uma nova operação contra áreas curdas da Síria após o sucesso militar em Afrin.
Damasco está negociando com os curdos, que buscam apoio em meio aos planos militares de Ancara. Erdogan, por sua vez, enfatizou recentemente que a Turquia deveria ter controle "no campo" e não está aberta a outras sugestões.
Antes disso, Recep Tayyip Erdogan anunciou que o Exército turco estava pronto para iniciar uma ofensiva contra as forças curdas na margem oriental do Eufrates. No entanto, após conversas com o presidente dos EUA, Donald Trump, que informou seu colega turco sobre os planos de retirada das tropas norte-americanas da Síria, Erdogan arquivou seus planos, dizendo que a ofensiva só seria lançada após a retirada total das forças norte-americanas.