"Quanto ao enfoque do Reino Unido, parece especialmente cínico, já que Londres que fala da necessidade de eleições, na verdade tomou a decisão pelos cidadãos do país [sul-americano], ao declarar [o presidente venezuelano Nicolás] Maduro ilegítimo e ao dizer que o [o líder da oposição Juan] Guaidó é o homem que pode levar a Venezuela adiante", disse a repórteres o porta-voz da embaixada russa em Londres.
O diplomata russo ressaltou que o exemplo de países como a Síria ou a Líbia "mostra muito bem ao que pode levar essa retórica, tanto para as nações em questão quanto para a reputação da diplomacia britânica".
O porta-voz reiterou que a Rússia rechaça qualquer intervenção externa na Venezuela e sustenta que o direito de decidir o futuro do país cabe aos venezuelanos.
A Rússia oficialmente afirmou que está "disposta a colaborar com todos os atores da comunidade internacional que compartilham de nossa convicção de que se deve buscar um acordo entre as forças políticas distintas da Venezuela".
O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Jeremy Hunt, declarou anteriormente que Maduro é um presidente "ilegítimo" e que agora Guaidó deve dirigir o país.
No sábado (26), o Reino Unido se somou ao ultimato dado por Alemanha, França e Espanha contra o governo da Venezuela, ameaçando reconhecer Guaidó como presidente interino do país caso novas eleições não fossem convocadas dentro de um prazo de oito dias.