Lançado contra a legislação controversa que criminaliza a organização e facilitação da migração ilegal para o país, o processo da UE é uma "sessão tipo George Soros, uma manifestação eleitoral, um evento de campanha", disse Orban em entrevista à estação de rádio nacional da Hungria.
Ele acusou Frans Timmermans, que atualmente é o primeiro vice-presidente da Comissão Europeia, de ser "o homem de Soros", acrescentando que o empresário húngaro-americano — insultado por Orban — está "aberto a querer assumir as instituições europeias".
A Comissão Europeia emitiu uma orientação sobre a legislação, conhecida como a lei Pare Soros, ao governo húngaro na semana passada, alegando que o projeto dificulta aqueles que desejam legalmente buscar asilo na Hungria. Se Budapeste não rever a lei dentro dos próximos dois meses, a comissão poderá levar o caso ao Tribunal de Justiça da UE.
Soros tem sido repetidamente acusado por Orban de usar sua vasta riqueza para impulsionar políticas liberais e pró-migrantes na Hungria conservadora e anti-imigração e no resto do mundo ocidental.
"Soros antagonizou não só a nós, mas também a Inglaterra, o presidente [dos EUA Donald] Trump e Israel também", afirmou Orban em fevereiro. "Em todo lugar ele quer que a migração seja aceita. Não vai funcionar. Nós não estamos sozinhos e vamos lutar juntos […] e vamos conseguir".
Orban está longe de ser o único político húngaro a ver Soros como uma ameaça. O parlamentar húngaro Andras Aradszki, do Partido Democrático Cristão (KDNP), uma vez notoriamente descreveu o chamado de Soros à Europa para levar os requerentes de asilo da África e do Oriente Médio ao "plano satânico de Soros".
Aradszki declarou que era dever de todos os cristãos se oporem a Soros, argumentando que o bilionário e seus seguidores "querem destruir a independência e os valores dos Estados-nação".