"A situação na esfera de segurança internacional não se estabilizou e até continua piorando. O nível do potencial de conflito atingiu uma marca perigosa", assinalou Ryabkov.
De acordo com ele, a Rússia testemunha o declínio da estabilidade estratégica no mundo, causado pelas tentativas de vários países de "abalar a arquitetura dos regimes de não proliferação e controle de armas".
O vice-ministro russo afirmou que os representantes dos cinco países com armas nucleares recusaram coordenar uma declaração conjunta durante o encontro em Pequim.
"Não deixa de nos preocupar o fato de que todos esses acontecimentos ocorrem no contexto de aumento da falta de confiança mútua entre os membros do 'clube nuclear', o que representa um desafio sem precedentes para tal formato. A situação é tão grave que, desta vez, tivemos até de recusar adotar a declaração final", declarou Ryabkov.
"Por isso o assunto apresentado pela Rússia sobre o papel e lugar dos 'cinco Estados' no contexto de reforço do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, bem como na perspectiva mais ampla, se torna especialmente relevante", ressaltou.
Posteriormente, à margem do encontro, Sergei Ryabkov disse aos jornalistas que se encontraria separadamente com a subsecretária dos EUA para o Controle de Armas e Assuntos de Segurança, Andrea Thompson, na quinta-feira (31).
O Tratado INF, assinado por Washington e Moscou em 1987, não tem data de expiração e proíbe as partes de terem mísseis balísticos terrestres ou mísseis de cruzeiro com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros.
Nos últimos tempos, Moscou e Washington têm se acusado regularmente de violar o Tratado INF. A Rússia declarou repetidas vezes que cumpre rigorosamente todas as obrigações dos termos do acordo.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, observou que a Rússia tem sérios questionamentos a fazer em relação à implementação do Tratado pelos próprios norte-americanos. Segundo ele, as acusações dos EUA são infundadas, uma vez que o míssil 9M729 foi testado no alcance permitido pelo acordo. Lavrov acredita também que a retirada dos EUA do Tratado INF vai pôr em risco o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.