Mais cedo, Washington certificou a autoridade de Juan Guaidó para controlar alguns ativos mantidos pelo FED (banco central dos EUA) ou por quaisquer outros bancos sediados nos Estados Unidos.
O analista internacional e professor Arturo López-Levy explicou em comentário à Sputnik Mundo como essas medidas pretendem alterar a situação no país, onde "o maior perdedor será o povo venezuelano".
"Ninguém sabe o que eles [oposição] vão fazer com esse dinheiro, o que está claro é que não será usado para melhorar a situação econômica do país. Até que a oposição seja controlada pela ordem pública, pode-se dizer que a ausência desse dinheiro tornará a situação econômica mais difícil", indicou.
No entanto, segundo opina o especialista, a situação econômica do país pode ficar mais afetada, o que "muda o panorama para pior".
Ao mesmo tempo, o especialista deu avaliação positiva à proposta feita pelo México e Uruguai de seus governos mediarem no processo de resolução pacífica da crise venezuelana:
"Os EUA e o Reino Unido, por sua vez, cruzaram a linha ao apoiar uma agenda insurrecional", ressaltou.
Quanto às organizações internacionais e outras instituições, ele indicou que, ao invés de mitigarem a situação e promover o diálogo, elas tomaram partido no conflito venezuelano.
Por esta razão, a posição que hoje mantêm os Estados Unidos e o Reino Unido viola todos os limites e "incita a tomar o lado da oposição e pôr mais lenha na fogueira", segundo o analista.
Para fazer o balanço, o professor afirmou que aparentemente "neste momento ninguém pode dizer com certeza quem vai ganhar nesse conflito, mas o maior perdedor será o povo venezuelano".
No dia 23 de janeiro, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, se declarou presidente interino do país durante protesto antigovernamental nas ruas de Caracas.
Os EUA, União Europeia e uma série de países da América Latina, inclusive o Brasil, manifestaram seu apoio a Guaidó e à oposição venezuelana. Nicolás Maduro recebeu apoio da Rússia, Cuba, México, Bolívia, Nicarágua, Turquia, Irã e de muitos outros países.