Trump confia mais em Putin que nos serviços especiais dos EUA, diz ex-vice-diretor do FBI

© Sputnik / Sergei Guneev / Acessar o banco de imagensPresidente dos EUA, Donald Trump, durante coletiva de imprensa com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, após a reunião em Helsinque, em 16 de julho de 2018
Presidente dos EUA, Donald Trump, durante coletiva de imprensa com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, após a reunião em Helsinque, em 16 de julho de 2018 - Sputnik Brasil
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O ex-vice-diretor do FBI Andrew McCabe disse que o presidente dos EUA, Donald Trump, confia mais no líder russo Vladimir Putin do que nos relatórios dos seus próprios serviços secretos acerca dos mísseis da Coreia do Norte. Isso foi comentado pelo analista político Yevgeny Ben.

Durante uma entrevista ao programa 60 Minutes da CBS, o ex-funcionário da inteligência americana, demitido em março de 2018, falou que Trump não acreditava nos serviços de inteligência dos EUA, que o informaram sobre a capacidade dos mísseis balísticos norte-coreanos atingirem a costa dos Estados Unidos, pois o líder russo Vladimir Putin lhe tinha assegurado que a Coreia do Norte não possuía tais armas.

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"Uma dessas [diatribes de Trump] era um comentário sobre os recentes lançamentos de mísseis pelo governo da Coreia do Norte. E, basicamente, o presidente [Trump] disse que não acreditava que os norte-coreanos tivessem a capacidade de nos atingir aqui com mísseis balísticos nos Estados Unidos. E não acreditava nisso porque o presidente Putin tinha dito a ele […] que os norte-coreanos não têm realmente esses mísseis", argumentou McCabe.

"Não quero saber. Eu acredito em Putin", citou McCabe o que Trump disse em relação ao relatório da inteligência dos EUA.

O ex-funcionário do FBI adicionou que "durante a reunião os representantes da inteligência disseram isso que não correspondia a qualquer informação que o nosso governo possuísse", declarou McCabe, acrescentando que ficou chocado com tal comentário do presidente.

Durante uma entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o analista político russo Yevgeny Ben comentou que a situação descrita é verosímil.

"Trump e Putin tiveram apenas algumas reuniões de alto nível, por isso eles olharam e ouviram atentamente um ao outro. É difícil imaginar que, tendo um período de tempo tão limitado, os dois líderes não tenham sido suficientemente sinceros um com o outro. Não faz sentido que eles dissimulassem e enganassem um ao outro. Trump também parte do princípio que a Rússia, tal como os outros países importantes, não tem nenhum interesse que a Coreia do Norte possua mísseis balísticos intercontinentais", afirmou o especialista.

Nesta foto sem data que foi divulgada pela Agência Central de Notícias da Coreia do Norte em Pyongyang no dia 7 de Março de 2017, o líder da Coreia do Norte Kim Jong-un supervisou o lançamento de mísseis balísticos das unidades da artilharia de Hwasong das Forças Estratégicas do Exercito Popular da Coreia - Sputnik Brasil
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Para Ben, "Trump compreende que a Rússia, mais do que outros países, pode ter um melhor entendimento do potencial científico e tecnológico da Coreia do Norte. Assim, pode-se concluir que, em princípio, apesar das situações de confronto, apesar de alguma escalada de tensão, o ponto de vista de Putin, a sua análise da situação, desperta o interesse e merece atenção aos olhos do presidente dos EUA, Donald Trump", concluiu o analista.

Em janeiro, a Reuters citou um relatório que dizia que a base operacional de mísseis Sino-ri, da Coreia do Norte, supostamente serviria para desenvolver mísseis balísticos capazes de alcançar outros países, apesar da promessa de Pyongyang de trabalhar para a desnuclearização completa da península coreana, um objetivo que tinha sido estabelecido durante a cimeira entre Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-un em Singapura, em junho de 2018.

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