"Os tiranossauros reinaram em terra firme por 15 milhões de anos graças aos maxilares poderosos, visão binocular e crescimento rápido, mas eles nem sempre foram os ‘reis da montanha'. Nas primeiras etapas da evolução eles cediam aos alossauros e outros predadores antigos. Ainda não sabemos quando eles se tornaram maiores", declarou Lindsay Zanno da Universidade da Carolina do Norte, EUA.
Nos últimos anos, os tiranossauros e muitos dos seus parentes próximos passaram por uma mudança de "imagem" essencial. Os cientistas consideram-nos como criaturas de penas e não de escamas.
Muitas outras caraterísticas ainda permanecem indeterminadas, não havendo informação sobre os tempos de crescimento e aparência das suas crias, se eles eram predadores ou necrófagos. Uma parte dos paleontólogos opina que os tiranossauros jovens não eram parecidos com os adultos e tinham outra dieta. Porém, essa teoria ainda não foi comprovada.
Os cientistas se interessam por essa época porque os restos dos "reis do Mesozoico" e outros dinossauros daquele tempo quase não perduraram até agora. A equipe de Zanno gastou 10 anos até encontrar dentes e ossos da perna de um tiranossauro extremamente insólito que mudou completamente a sua compreensão sobre a pátria desses répteis.
Os restos pertenciam a um dinossauro pequeno de apenas 87 quilos de peso e 1,2 metros de comprimento, sendo parecido por seu tamanho com um cachorro grande ou um cervo. Ele recebeu o nome Moros intrepidus, o que significa "mensageiro intrépido da morte".
"Não vale pensar que esse tiranossauro teria sido uma criatura inofensiva. É mais provável que ele pudesse correr muito depressa e tivesse boa visão e bom olfato. Tudo isso o ajudava a seguir e encurralar a presa, evitando conflitos e encontros com os predadores grandes daquele tempo", explicou Zanno.
Ambas as espécies de dinossauros viviam na mesma época e tinham tamanhos bastante modestos. Isso indica que os tiranossauros terão surgido no território da Ásia e não da América do Norte, migrando para o Novo Continente cerca de 100 milhões de anos atrás.
Tal cenário para seu surgimento, bem como o tamanho reduzido do Moros intrepidus, revelam que os tiranossauros permaneceram criaturas bastante pequenas quase até o Cretáceo. Eles começaram a aumentar de tamanho há cerca de 85-80 milhões de anos, quando a extinção destruiu os predadores de topo da época.