Análise: fracasso dos EUA em desestabilizar situação na Venezuela fortaleceu Maduro

© REUTERS / Miraflores PalaceNicolás Maduro, presidente da Venezuela
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela - Sputnik Brasil
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Tentativas de transportar ajuda humanitária sem permissão do governo oficial da Venezuela causaram conflitos entre manifestantes e polícia na fronteira do país, levando Caracas a romper as relações diplomáticas com Colômbia. Um especialista explicou ao serviço russo da rádio Sputnik que mudanças significativas aconteceram na Venezuela.

O decano da Faculdade de Ciências Econômicas e Sociais da Academia Russa de Economia e Serviço Público, Aleksandr Chichin, explicou ao serviço russo da rádio Sputnik que os EUA não conseguiram abalar a situação na Venezuela da forma que queriam.

Segundo ele, o balanço de forças mudou em 23 de fevereiro, quando a operação com o comboio humanitário fracassou, pois agora Guaidó só pode usar as palavras dos políticos americanos dizendo que todas as opções estão em cima da mesa.

"Mas todas as medidas diplomáticas já foram tomadas, e a única coisa de que eles podem falar são os métodos de intervenção. Eles não conseguiram (…) usar essa ajuda humanitária como instrumento para abrir uma brecha na fronteira venezuelana… Claro que todos os venezuelanos que não são muito ricos agora estão ainda mais próximos de Maduro ", disse Aleksandr Chichin.

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O especialista considera que a pressão sobre a Venezuela continuará. No entanto, diz ele, Maduro agora obteve apoio total não apenas do exército, mas também do povo, e não aconteceu o colapso que se planejava criar na fronteira e usar como pretexto para a intervenção na Venezuela por forças treinadas em campos colombianos.

"Maduro saiu dessa situação mais forte. Mas agora a perspectiva é perfeitamente óbvia. O país sobreviverá em condições de mobilização moral e política, com recursos econômicos muito escassos, e esse período pode ser bastante longo". Chichin observou que os Estados Unidos não estão conseguindo esmagar a Venezuela, à vista de todos, pois a capacidade de resistência de Maduro é bastante significativa.

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No dia 23 de fevereiro, Caracas rompeu as relações diplomáticas com Bogotá e deu 24 horas aos diplomatas colombianos para abandonarem o país. O agravamento das relações entre os dois países foi causado pela situação em torno das tentativas dos EUA de fazerem chegar ajuda humanitária da Colômbia à Venezuela sem o consentimento de Caracas.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro recusou-se a aceitar ajuda, considerando as entregas como manobra para derrubar seu governo, tendo em conta que Washington havia imposto sanções, bloqueado os ativos da estatal PDVSA e proibido as transações com esta empresa, privando a Venezuela de mais de 10 bilhões de dólares.

Em janeiro, ocorreu na Venezuela uma onda de protestos contra o atual presidente Nicolás Maduro, reeleito em março passado. Em 23 de janeiro, o líder da oposição, Juan Guaidó, declarou-se presidente interino, tendo sido apoiado pelos EUA e vários outros países. Maduro recebeu apoio de tais países como a Rússia, México, China, Turquia, Indonésia e outros.

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