O decano da Faculdade de Ciências Econômicas e Sociais da Academia Russa de Economia e Serviço Público, Aleksandr Chichin, explicou ao serviço russo da rádio Sputnik que os EUA não conseguiram abalar a situação na Venezuela da forma que queriam.
Segundo ele, o balanço de forças mudou em 23 de fevereiro, quando a operação com o comboio humanitário fracassou, pois agora Guaidó só pode usar as palavras dos políticos americanos dizendo que todas as opções estão em cima da mesa.
"Mas todas as medidas diplomáticas já foram tomadas, e a única coisa de que eles podem falar são os métodos de intervenção. Eles não conseguiram (…) usar essa ajuda humanitária como instrumento para abrir uma brecha na fronteira venezuelana… Claro que todos os venezuelanos que não são muito ricos agora estão ainda mais próximos de Maduro ", disse Aleksandr Chichin.
"Maduro saiu dessa situação mais forte. Mas agora a perspectiva é perfeitamente óbvia. O país sobreviverá em condições de mobilização moral e política, com recursos econômicos muito escassos, e esse período pode ser bastante longo". Chichin observou que os Estados Unidos não estão conseguindo esmagar a Venezuela, à vista de todos, pois a capacidade de resistência de Maduro é bastante significativa.
O presidente venezuelano Nicolás Maduro recusou-se a aceitar ajuda, considerando as entregas como manobra para derrubar seu governo, tendo em conta que Washington havia imposto sanções, bloqueado os ativos da estatal PDVSA e proibido as transações com esta empresa, privando a Venezuela de mais de 10 bilhões de dólares.
Em janeiro, ocorreu na Venezuela uma onda de protestos contra o atual presidente Nicolás Maduro, reeleito em março passado. Em 23 de janeiro, o líder da oposição, Juan Guaidó, declarou-se presidente interino, tendo sido apoiado pelos EUA e vários outros países. Maduro recebeu apoio de tais países como a Rússia, México, China, Turquia, Indonésia e outros.